Grupo musical formado por poloneses se apresenta pela primeira vez no Brasil
A história dos judeus na Polônia é muito antiga e a chegada do grupo Bester Quarter ao Brasil para uma série de apresentações é mais um passo na construção do intercâmbio cultural entre Polônia e Israel. O show, que acontece no dia 26 de setembro em São Paulo, faz parte de uma iniciativa que visa fomentar um intercâmbio através da música, cinema e ações educativas entre os dois países dentro do Brasil.
O quarteto de jazz formado por Jarek Bester no acordeão, Dawid Lubowicz no violino, Oleg Dyyak clarineta/percussão e Maciej Adamczak no contrabaixo é considerado um grupo Klezmer – tradicional gênero musical judaico. No repertório que será apresentado pelo grupo polonês há canções para dançar e peças para serem apreciadas.
Ano passado marcou o 20º aniversário de Jarek Bester à frente de concertos de música de Klezmer em Cracóvia e em todo o mundo. Em 2000, sua banda na ocasião, a Cracow Klezmer Band, publicou seu primeiro álbum para a gravadora Tzadik baseada em Nova York e dirigida por John Zorn, um dos grandes nomes do jazz. A banda de Bester é a única banda polonesa que trabalhou continuamente com a mais importante gravadora de música judaica e juntos lançaram oito álbuns.
Fundador do Bester Quartet, Jarek Bester entrou em contato com a música Klezmer na década de 1990 através de gravações de lendários tocadores de clarinete da época pré-guerra. Uma grande parte da música popular polonesa no período entre-guerras foi escrita por uma geração de compositores e poetas descendentes de judeus, que não tinham, praticamente, nenhum vínculo com a cultura judaica tradicional e pouca conexão com a moderna cultura Iídiche.
Apesar de raramente estes artistas terem sido vistos nos palcos, muitas canções se tornaram clássicos conhecidos até hoje por todos os poloneses. Um exemplo é o artista Władysław Szlengel, celebrado como o poeta mais importante do gueto de Varsóvia, Szlengel, antes da guerra. Ele escreveu letras para canções que mais tarde começaram a sintetizar a cultura urbana da cidade, antes da guerra. “Reaver essa cultura é louvável pela importância dos judeus na Polônia”, ressalta Jarek.
As músicas ouvidas nas ruas e as letras que eram a conversa da cidade estão intrinsicamente conectadas com a cultura dos clubes noturnos entre guerras. Foi neles, nas décadas de 1920 e 1930, que estes poetas e compositores cruzaram caminhos para criarem peças que mais tarde se tornariam clássicos.
Diálogo polono-judaico
Nos últimos anos, foram inaugurados dois museus de grande importância para as relações entre os países e durante o ano acontecem mais de 40 festivais e eventos relacionados à cultura judaica. Aqui no Brasil, as Embaixadas da Polônia e de Israel promoveram em maio, um concurso de desenho junto aos alunos da rede pública do Distrito Federal e filmes estão sendo selecionados para serem exibidos em colégios e centros culturais.
Serviço – Bester Quartet
Local: Sesc Consolação – Rua Doutor Vila Nova 245 – Vila Buarque/SP
Data: 26 de setembro
Horário: 21h
Ingresso: R$30 (inteira) | R$15 (meia-entrada) | R$9 (comerciários)