Ana Cristina Dib
Mesmo com uma queda de 11,3% em relação aos oito meses de 2017, as exportações de aviões fabricados pela Embraer seguem ocupando lugar de destaque na pauta exportadora do Brasil para os Estados Unidos. De janeiro a agosto, as vendas de aeronaves para o mercado americano geraram um receita no total de US$ 1,41 bilhão e foram o terceiro principal item embarcado pelas empresas brasileiras para a maior potência econômica mundial.
Em termos gerais, ainda que continuem sendo o segundo parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos a cada ano se distanciam da China, que é de longe o maior país de destino para as mercadorias brasileiras no exterior. De janeiro a agosto, os embarques brasileiros para os EUA totalizaram US$ 18,513 bilhões, com uma ligeira alta de 4,69% comparativamente com igual período de 2017.
Em contrapartida, as exportações americanas cresceram 11,62% para US$ 18,710 bilhões. No período, o intercâmbio bilateral gerou um superávit de US$ 197 milhões em favor dos americanos. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC0).
Mas a importação de aviões não é o único destaque no fluxo de negócios com os Estados Unidos comparativamente com a China. Se, por um lado, os embarques para o país asiáticos se concentram cada vez mais nos produtos básicos, de menor valor agregado, responsáveis por 89,2% de todo o volume embarcado para a China, no caso dos Estados Unidos o grande destaque são os produtos manufaturados, com uma participação de 59,2% nas vendas ao mercado americano.
No tocante às exportações por fator agregado, as vendas aos Estados Unidos tiveram uma participação de 17,0% de produtos básicos (US$ 3,15 bilhões), de 18,8% de produtos semimanufaturados (US$ 3,48 bilhões) enquanto as chamadas operações especiais responderam por 4,97% das exportações (US$ 920 milhões).
Óleos brutos de petróleo seguem liderando a relação dos produtos exportados para os Estados Unidos, com uma participação de 11% nas exportações e uma receita de US$ 2,01 bilhões. Também se destacam os produtos semimanufaturados de ferro ou aços (US$ 1,65 bilhão e 8,9% de participação), aviões (US$ 1,41 bilhão, com uma fatia de 7,6% nas exportações totais), celulose (US$ 736 milhões e 4,0% das exportações) e máquinas e aparelhos de terraplenagem (US$ 664 milhões, correspondentes a 3,6% de todo o volume embarcado para os Estados Unidos0.
Do lado americano, 91,0% das exportações para o Brasil envolvem bens industrializados, que somaram US$ 17,02 bilhões (alta de 9,01% sobre o mesmo período de 2017). Os produtos básicos geraram uma receita de US$ 1,42 bilhão (com aumento de 30,7% e participação de 7,62% nas vendas ao Brasil). Já os bens semimanufaturados, com exportações no total de US$ 261 milhões, responderam por 1,4% nas exportações americanas para o Brasil.