Empresa norueguesa de passagens de baixo custo opera com tarifas que custam a metade do preço das convencionais
Por Darse Júnior, enviado especial a Estocolmo
Em reunião com o ministro do Turismo do Brasil, Vinicius Lummertz, em Estocolmo, na Suécia, a diretora de Comunicação e Relações Públicas da Norwegian, Charlotte Holmbergh Jacobsson, afirmou que a empresa considera operar trechos internos caso o país aprove a abertura das companhias aéreas ao capital estrangeiro. Durante o encontro, o secretário de Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, apresentou os diferenciais competitivos do estado na tentativa de captar mais uma rota internacional para ligar Fortaleza à Europa.
A quinta maior empresa de passagens de baixo custo no mundo e a primeira delas a obter autorização da Anac para operar no Brasil ainda estuda qual será a primeira rota a ser implementada. A briga está entre Rio de Janeiro e São Paulo, mas o Ceará iniciou uma ofensiva para atrair a Norwegian para Fortaleza, que nos últimos três anos e meio registrou um salto de oito para 48 rotas internacionais por semana. No pacote de benefícios apresentados está o investimento de US$ 500 mil por rota implementada nos três primeiros anos para promoção e atração de passageiros.
O Ceará ainda isenta do ICMS o querosene da aviação, assim como todos os fornecedores e o reabastecimento das aeronaves com produtos alimentícios, o catering. “Temos trabalhado fortemente para transformar Fortaleza num hub do norte da América do Sul”, afirmou Arialdo Pinho. Ele ainda citou o clima e os atrativos naturais como o Parque Nacional de Jericoacoara como diferenciais competitivos do estado.
“A entrada das empresas com tarifas de baixo custo é fundamental para conseguirmos desenvolver o turismo num país de dimensões continentais sem tantas opções de locomoção como o Brasil”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. Na Europa, com um mercado altamente competitivo, as empresas de baixo custo chegam a comercializar passagens por menos de 30 euros.
Para o ministro do Turismo, é fundamental que o Congresso Nacional permita a abertura total das companhias aéreas ao mercado internacional. Com a medida, empresas estrangeiras poderão voar no mercado doméstico se abrirem uma filial em território brasileiro. Enquanto Argentina e Colômbia têm nove e oito companhias aéreas operando as rotas domésticas, no Brasil quatro empresas concentram mais de 99% do mercado.
Após a reunião com a representante da Norwegian, o ministro do Turismo reuniu-se com o ministro-conselheiro do Itamaraty Alexandre Scultori para repassar a agenda da missão brasileira na Suécia. Amanhã, Lummertz encontra-se com representantes do Sweedish Institute, com a autoridade maior do Ministério da Indústria e Inovação, Stina Billinger, e com o presidente da Visii Sweeden, Ewa Lagerqvist, e o chefe de Marcas e Marketing Estratégico, Michel Person Grpkow.