Ana Cristina Dib
A série histórica da balança comercial brasileira do agronegócio nunca registrou a presença de um destino final tão destacado como a China e esse protagonismo tornou-se ainda mais evidente nos sete primeiros meses deste ano quando o país asiático absorveu 36,6% das exportações totais de produtos agrícolas realizadas pelo país, com importações no total de US$ 21,76 bilhões, alta de 19,3% em relação ao mesmo período de 2017.
Na prática, mais de um terço de todas as exportações brasileiras do agronegócio são direcionadas para a China. Os números são da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com o Ministério, a principal razão para a elevação das exportações para a China foram as vendas de soja em grão, que subiu de 39,41 milhões de toneladas para 43,92 milhões de toneladas no período, correspondentes a 77,8% do total das exportações brasileiras da oleaginosa. Outro dado impressionante: a partipação da soja em grão nas exportações totais à China chegou a 80,6% do valor total exportado ao país asiático, gerando receita no valor de US$ 17,55 bilhões.
Outros produtos em destaque na pauta exportadora para a China foram celulose (US$ 2,04 bilhões, +40,3%), carne bovina in natura (US$ 728,78 milhões, +56,4%), carne de frango in natura (US$ 489,72 milhões, +7,1%) e carne suína in natura (US$ 180,4 milhões, +199,0%).
O segundo principal destino das vendas externas do agronegócio brasileiro, os Estados Unidos, registra números bem menos expressivos que os chineses. De janeiro a julho, os EUA importaram US$ 3,772 bilhões em produtos do agronegócio, com um aumento de 2,5% no período e uma participação de 6,4% nos embarques totais brasileiros de produtos agrícolas.
Entre os principais mercados para o agronegócio brasileiro no exterior figuram ainda os Países Baixos (US$ 2,719 bilhões e 4,5% de participação), Hong Kong (US$ 1,510 bilhão e 2,6% das vendas totais), Alemanha (US$ 1,310 bilhão, correspondentes a 2,2% dos embarques) e Irã (US$ 1,280 bilhão, com uma fatia de 2,1% do total exportado pelo Brasil).