[:pb]Data marca mais um capítulo na história de um país que busca a liberdade.
| Oda Paula Fernandes
A embaixada da Argélia, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) inaugurou nesta segunda-feira, 4 de julho, a exposição “História e Cultura da Argélia” que retrata em fotografias as belezas culturais, naturais e a resistência argelina contra o colonialismo francês (1830-1962). A mostra faz parte das comemorações dos 54 anos da independência da Argélia. A exposição está aberta ao público e ficará em exibição até o dia 17 de julho, na Biblioteca Central da UnB (BCE).
Para o embaixador da Argélia no Brasil, Toufik Dahmani, a história da Argélia é rica. Para ele, fazer essa exposição dentro de uma universidade vem a contribuir com a disseminação do país para os futuros profissionais, nas mais diversas áreas, que podem no futuro trabalhar na Argélia. “Somos um país jovem, de 1962. Mas estamos em momento de transição econômica, política, e fazemos muito esforço para manter a democracia”, afirma o embaixador. Segundo ele, a cooperação entre Argélia e Brasil é antiga. “A Argélia recebeu muitos brasileiros refugiados nos momentos difíceis da vida política brasileira (1964/1985 ). Visitei recentemente um grupo de brasileiros refugiados na Argélia nos anos 1970 que vive em Belo Horizonte. “O mais importante é que o Brasil sempre recebeu nosso povo em momentos delicados”, lembra Dahmani.
No entendimento do diretor da Biblioteca Central da UnB, Emir José Suaiden, abrir um espaço para esta exposição comemorativa dos 54 anos de independência da Argélia é juntar as histórias dos dois países, haja vista que Brasil e Argélia passaram pela mesma experiência de luta para a liberdade e independência. Segundo ele, a UnB é conhecida, desde que foi fundada em 1962, por ser o principal veículo contra a ditadura militar no Brasil. “Além do acesso a informação e conhecimento, fazemos periodicamente exposições culturais em conjunto com embaixadas que estão aqui em Brasília. Temos um histórico de alunos que foram presos e assassinados no período da ditadura militar. Nós não aceitamos nenhum regime de tirania e a bandeira da UnB é a de lutar pela democracia e livre acesso ao conhecimento”, enfatiza Suaiden.
O intercâmbio internacional desenvolvido pela UnB abrange alunos da Argélia e de outras nacionalidades, em especial da América Latina, para os cursos de formação e de pós-graduação. “Temos um programa muito forte em que trazemos para a UnB estudantes de outros países, com bolsas do próprio Brasil, para proporcionar o desenvolvimento dos países envolvidos por meio do intercâmbio. Juntos conseguiremos ir mais longe”, acredita o diretor da BCE.
Apaixonado pela Argélia, o jornalista, escritor e correspondente internacional, Ivan Godoy, foi um dos visitantes da exposição. Ele esteve no país a trabalho e escreveu dois livros que contam a história aegelina. “O último livro fala de comida, dos hábitos, da cultura da Argélia. É uma história geral da Argélia. Uma curiosidade é que a Argélia tem o maior consumo de pão per capta no mundo. Eles adoram pão de todo tipo, a variedade é enorme, dezenas de tipos de pães. E a comida da Argélia parece mais com a do Marrocos, com o famoso cuscuz de fécula de trigo”, revela Godoy.
Estudante de jornalismo da UnB e assíduo frequentador de exposições, Vinícius Sampaio esteve na abertura da exposição e disse estar impressionado com as imagens do país. “É um povo que luta diariamente contra todas as formas de ditadura, são fortes e guerreiros”, conta Sampaio.