Ana Cristina Dib
Empresas brasileiras de mais de 20 setores já se inscreveram para participar da China International Import Expo (CIIE), a ser realizada de 5 a 10 de novembro, no National Exhibition and Convention Center, em Xangai. A participação brasileira na CIIE é coordenada por um grupo de trabalho liderado pela Associação Brasileira de Exportações e Promoção de Investimentos (Apex-Brasil), do qual participam os Ministérios das Relações Exteriores, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e entidades privadas como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Inovadora em sua essência, a CIIE é a primeira grande mostra internacional organizada por um pais com o foco exclusivo nas importações. Os organizadores do evento esperam um público de 150 mil compradores potenciais de mais de uma centena de países de todos os continentes, distribuídos nos mais de 210 mil m2 de pavilhões do evento. Ao promover o lançamento da CIIE, o governo da China anunciou que o país pretende importar produtos no valor de US$ 10 trilhões até o ano de 2022.
A participação brasileira se dará através de um pavilhão coordenado pela Apex-Brasil e de uma série de estandes individuais contratados pelas empresas nacionais. Já confirmaram presença empresas dos setores eletroeletrônicos, design, moda, calçados, acessórios, máquinas e equipamentos, médico-hospitalar, autopeças, óleo e gás, segurança, serviços de engenharia, fundição, cosméticos, alimentícios (inclusive café e proteína animal), produtos orgânicos, indústria pet, plásticos, móveis, software, têxteis, pedras ornamentais, vidro e indústria mecânica.
Segundo o Itamaraty, durante a mostra haverá ampla oportunidade para a promoção efetiva de produtos e serviços do Brasil, inclusive junto a varejistas chineses do comércio online. Adicionalmente, a participação na feira deverá permitir a consolidação de contatos comerciais já iniciados, a identificação de compradores para futuras ações de reforço da promoção comercial e o mapeamento de oportunidades e aportes para a inteligência comercial em setores-chave, entre ouras ações.
Na avaliação da chancelaria brasileira, a participação de um grupo tão expressivo e variado de empresas nacionais na CIIE “é indicação de que a feira poderá estimular a exportação de produtos de maior valor agregado” e, dessa forma, contribuir para a diversificação da pauta exportadora para a China, hoje fortemente concentrada em commodities como a soja, minérios de ferro e petróleo, responsáveis por mais de dois terços de todo o volume embarcado pelo Brasil para o país asiático.
Diplomatas do Itamaraty destacam que “a CIIE constitui uma boa oportunidade para o Brasil mostrar o que tem de melhor”. Entretanto, esses diplomatas ressaltam que “a realização de negócios depende, no entanto, da soma de diversos fatores, tanto próprios ao produto brasileiro (qualidade, competitividade), quanto à demanda local. Não é possível, nesse sentido, afirmar que o que for apresentado será comprado”.
A participação na CIIE será também uma grande oportunidade para a Embratur realizar uma ampla promoção dos produtos turísticos brasileiros. Ano passado, a China enviou para o exterior 129 milhões de turistas, dos quais apenas 60 mil vieram para o Brasil. Durante a CIIE, representantes do setor turístico da China terão acesso às mais variadas informações sobre as atrações turísticas, a gastronomia, a cultura e outros aspectos da vida brasileira.
Com o objetivo de facilitar o acesso dos turistas chineses ao país, a Embratur deverá ampliar de três para doze o número de visa centers na China e, por meio do atendimento ao público em centros de triagem especializados, há perspectivas de redução de 45 para 5 dias o prazo médio de concessão de vistos aos turistas chineses que desejarem visitar o Brasil.
A China em números
Com uma população de 1,4 bilhão de habitantes, a China é a segunda economia mundial e é também o segundo país que mais importa em todo o mundo. A China ocupa ainda a vice-liderança entre os maiores mercados consumidores do planeta e é o maior parceiro comercial do Brasil.