Ana Cristina Dib
O pavilhão brasileiro na 5º edição da China Beijing International Fair for Trade in Services (CIFTIS), maior feira de serviços do país, foi eleito o melhor do evento. A premiação foi entregue nesta sexta-feira (1) aos representantes da delegação brasileira no evento. O Brasil participou da feira, em Pequim, como país convidado de honra.
Durante cinco dias, a delegação brasileira no evento, composta por representantes dos Ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Turismo, das Relações Exteriores e da Apex Brasil, liderou uma série de encontros com empresários, debates sobre oportunidades de investimentos e divulgação dos serviços brasileiros.
A CIFTIS é organizada pelo Ministério do Comércio (MOFCOM) e o Governo Popular de Pequim, a cada dois anos. Nesta edição, abriu espaço para todos os 12 setores de serviços definidos pela Organização Mundial de Comércio (OMC). A estratégia foi apresentar aos chineses oportunidades de negócios com o país.
Para o ministro, a participação brasileira na feira, com uma delegação aproximada de 90 pessoas, entre empresários e representantes dos governos estaduais e municipais, representou uma oportunidade de alavancar projetos estratégicos em áreas relacionadas a economia digital, comércio eletrônico, turismo e infraestrutura, entre outros.
“Queremos ampliar as trocas comerciais com a China em serviços, a exemplo do ocorre no comércio internacional de bens”, afirmou Marcos Jorge, que representou o governo brasileiro na solenidade de abertura da Feira.
Brazilian Day
O segundo dia de evento contou com o Brazilian Day. Durante uma tarde, os participantes da feira puderam conhecer um pouco mais sobre o potencial de investimentos no país. O secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Douglas Finardi, lançou as estatísticas oficiais do comércio exterior de serviços de 2017, com base no Siscoserv – Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços e Intangíveis.
Segundo o secretário, o setor de serviços respondeu, em 2017, por mais de 70% do PIB e empregou aproximadamente 21,5 milhões de pessoas – 75,84% dos empregos formais do país. “O setor de serviços agrega valor e inovação aos demais setores da economia, como a indústria e a agricultura. Com uma feira desta magnitude, a China nos possibilita colocar luz sobre temas estratégicos como a economia digital, comércio eletrônico, serviços de alto valor agregado, investimentos estratégicos em turismo e infraestrutura”, destacou.
Finardi lembrou, ainda, que o governo brasileiro tem se dedicado a promover ações e políticas para aumentar a competitividade do setor de comércio e serviços e, com isso, possibilitar que explore as potencialidades do comércio exterior. “A ação do governo, liderada pelo MDIC, concentra-se nos seguintes quatro eixos de atuação: melhoria do ambiente de negócios para o setor de serviço, financiamento e garantias às exportações, economia de serviço e comércio eletrônico, e facilitação do comércio de serviços”, disse.
O Brazilian Day contou também com palestras do secretário de secretário nacional de Estruturação do Turismo, José Antônio Parente, do embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, do vice-presidente da Confederação Nacional de Serviços, Luigi Nesi, da Secretária-Geral do Fórum de Macau, Xu Yingzhen, e do secretário de Turismo do Ceará, Arialdo de Mello Pinho. O encerramento ficou por conta da apresentação cultural dos bois Garantido e Caprichoso.
O secretário do MTur, José Antônio Parente, aproveitou a oportunidade para destacar a forte vocação turística do Brasil. “Temos uma vocação natural para o turismo e aproveitamos nossa participação na feira, em especial no Brazilian Day, para apresentar aos turistas e investidores chineses o enorme potencial da atividade no nosso país, confiantes de que sairemos da China com importantes parcerias comerciais no segmento turístico”, disse.
Investment Day
No penúltimo dia da CIFTIS, o pavilhão Brasil sediou o seminário Invest in Brasil. Após abertura pelo embaixador Marcos Caramuru, o secretário Douglas Finardi lembrou que o Brasil, maior economia da América Latina e 9ª maior do mundo, liderou no último ano uma série de reformas para retomar o caminho do crescimento. E destacou que os resultados positivos obtidos, como a recuperação econômica e a estabilidade geopolítica da região, aumentaram a confiança dos investidores estrangeiros no país.
“A visita a Pequim se insere em um contexto de renovado interesse do governo brasileiro em diversificar e agregar valor à sua pauta de exportação e ampliar a presença de empresas brasileiras na China, em especial no setor de serviços”, explicou.
O secretário do MTur, Jose Antônio Parente, lembrou que o Brasil foi apontado pelo Fórum Econômico Mundial como o primeiro, entre 136 nações avaliadas, em recursos naturais e o oitavo em atrativos culturais. “O país apresenta mais de 7 mil km de litoral, 72 unidades de proteção ambiental e uma infinidade de manifestações culturais que retratam a diversidade do povo brasileiro por meio de danças, ritmos e gastronomia”, destacou.
O mercado chinês de turismo é o que mais cresce no mundo, mas ainda há relativo desconhecimento de investidores e turistas chineses em relação ao Brasil, segundo o MTur. Por isso, o governo brasileiro tem adotado uma série de medidas para simplificar a entrada dos viajantes chineses no país. Entre elas, a facilitação na emissão de vistos e a ampliação de sua validade.
Durante o seminário Invest in Brasil, foi apresentada uma robusta carteira de oportunidades de investimento no pais, com projetos estruturantes, em temas estratégicos como a economia digital, comércio eletrônico, serviços de alto valor agregado, serviços esportivos, turismo e infraestrutura, entre outros.
Convidado de honra
Entre 28 de maio e 1º de junho, Pequim sediou a 5ª Feira Internacional da China para o Comércio de Serviços (CIFTIS). Pela segunda vez, a organização do evento elegeu um país como destaque na programação. A posição conferida ao Brasil nesta edição é resultado de uma cooperação com a China, firmada pelo governo brasileiro, por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em 2016, na gestão do ex-ministro Marcos Pereira.