Ana Cristina Dib
O número de trâmites de negócios no comércio internacional é um dos grandes desafios para empreendedores de todo país. Foi o que revelou um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI): só no ano passado, 23% das exportações brasileiras foram afetadas pela burocracia. Isso porque boa parte dos processos podem ser submetidos a 46 procedimentos diferentes, administrados por 12 órgãos. Já nas importações, o impacto chegou a 59% das compras, com 72 obrigações monitoradas por 16 órgãos do governo.
Para a consultora em comércio exterior e diretora da UP Comex, Erica D. Reinert, o obstáculo é ainda maior para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs). “Muitas vezes esses negócios não contam com equipes focadas somente nos processos relacionados à internacionalização”, diz. De acordo com os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), empresas desse porte foram as únicas brasileiras que registraram crescimento nas exportações em 2016. No mesmo ano, conforme o Balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o número de MPEs que fizeram transações para outros países chegou a 12,7 mil, o que equivale a 49,6% do total de exportadores no país.
Segundo a consultora, os principais empecilhos para o comércio exterior são a falta de informações e o elevado número de obrigações. “Contar com o auxílio de pessoas capacitadas faz toda a diferença. Profissionais especializados podem orientar no processo correto de internacionalização, escolhendo países assertivos para compra e venda, reduzindo o tempo de trabalho e otimizando operações. A diminuição de custos internos e facilitação da entrada no comércio internacional também são vantagens”, sugere.