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Aproveitando a oportunidade de realização do Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC), em Gramado/RS, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e associados do Brazilian Footwear, programa mantido pelas entidades, promoveram a reunião de seleção dos mercados-alvo para o próximo convênio – ainda não assinado -, do biênio 2019-2020.
A reunião teve início com a apresentação da metodologia utilizada pela Inteligência de Mercado da Apex-Brasil para elencar os países com maior potencial de consumo de calçados, especialmente brasileiros”, para que recebam os investimentos do Brazilian Footwear para o próximo biênio. Inicialmente, foram elencados 41 países. O objetivo, ao final da reunião, era selecionar os mercados-alvo para o próximo projeto.
“Como metodologia de seleção, utilizamos 47 indicadores, que formaram sete blocos de variáveis: comércio, dinamismo de mercado, desempenho nas exportações do Brazilian Footwear, concorrência interna, macroeconomia local, demografia e renda e consumo de calçados”, explicou Clara Santos, coordenadora de Inteligência de Mercado da Apex-Brasil.
Os levantamentos geraram notas quantitativas e qualitativas, também levando em consideração pesquisas realizadas juntos aos SECOMs de cada país selecionado e uma pesquisa realizada com associados ativos do Brazilian Footwear.
A primeira consulta aos associados foi sobre a Argentina, hoje o principal mercado para o calçado brasileiro, e sobre os Estados Unidos, país que caiu para o segundo posto em 2018, embora siga sendo grande consumidor dos produtos. A unanimidade foi que a Argentina já é um mercado cativo, onde as marcas brasileiras trabalham há bastante tempo e tem imagem consolidada. Por isso, o país vizinho foi descartado como mercado a ser trabalhado no próximo biênio. Já os Estados Unidos, país que exige um grande trabalho para imagem e posicionamento de mercado, seguiu como um dos mercados-alvo do Brazilian Footwear.
Na América do Sul, também foram discutidos Chile, Colômbia e Peru. O primeiro, apesar de grande consumidor de calçados, é praticamente dominado por private label – marca do cliente – e foi descartado. A Colômbia, que atualmente é mercado-alvo do programa, também foi descartada, já que possui marcas brasileiras consolidadas, em função de mais de uma década de trabalho realizado por meio de ações do Brazilian Footwear. O objetivo, segundo os associados, é focar investimentos em grandes mercados que ainda não possuam uma consolidação das marcas Made in Brazil.
Assim, foi selecionado o Peru, que tem uma classe média crescente e grande potencial de consumo de calçados, e onde o Brasil participa apenas com 9,46% das importações totais. No continente europeu, a escolha foi pela França, onde neste ano ocorre o primeiro showroom de marcas nacionais entre 11 e 13 de junho, e pelo Reino Unido, país que recebeu uma missão de prospecção da Abicalçados e é matéria de um estudo estratégico em fase de finalização.
Na Ásia, as escolhas ficaram por China, que atualmente é mercado-alvo do programa, e por dois novatos: Arábia Saudita e Coreia do Sul. Nestes casos, foram levados em consideração o grande potencial de consumo, especialmente da China, que importa 2,7 bilhões de pares por ano (e consome quase 4 bilhões). Coreia do Sul foi destacada pelo poder econômico e também pela influência que tem na China, especialmente por meio de celebridades locais, o que abre vasto campo para projetos de imagem. A Arábia Saudita, por sua vez, foi aclamada por ser grande mercado com influência nos demais países do Oriente Médio.
Desta forma, foram selecionados para mercados-alvo do próximo biênio 2019-2020: Estados Unidos, Peru (novo), França, Reino Unido, China, Coreia do Sul (novo) e Arábia Saudita (novo).