Ana Cristina Dib
A continuidade das paralisações e bloqueios estabelecidos desde ontem (21) nas rodovias federais e estaduais do País, pelo movimento de caminhoneiros independentes em protesto poderá levar ao cancelamento de contratos de exportação e elevar ainda mais os custos logísticos com a reprogramação de embarques e cargas. Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis.
Essas afirmações constam da nota divulgada hoje (22) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) após uma análise dos resultados provocados pelas paralisações e bloqueios em diversas rodovias de todo o País.
A íntegra da nota da ABPA é a seguinte:
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alerta sobre os riscos de continuidade das paralisações e bloqueios estabelecidos desde ontem nas rodovias federais e estaduais do País, pelo movimento de caminhoneiros independentes em protesto.
A ABPA, representante de mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura, estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas.
Conforme relatos dos associados, os bloqueios impedem o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento das gôndolas no Brasil ou para exportações.
A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro. Animais poderão morrer no campo com a falta de insumos. Já temos relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspenso. Contratos de exportação poderão ser perdidos e há um forte aumento de custos logísticos com reprogramação de embarque de cargas. Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis.
A ABPA apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. É de conhecimento nacional a grave crise enfrentada pela cadeia produtiva de proteína animal, que há meses luta para preservar os postos de trabalho do setor. Impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves para todo o País, especialmente nos pequenos municípios onde o sistema produtivo está instalado.