O período marca a revelação da palavra divina a Maomé e tem como ritual mais marcante o jejum
Raquel Pires
Começa hoje (17) o mês sagrado do Ramadã e com ele o jejum de 30 dias, que será rotina de grande parte dos 1,6 bilhão de muçulmanos espalhados pelo mundo. O jejum é obrigatório para os muçulmanos adultos, com exceção de mulheres grávidas ou amamentando, crianças, idosos, pessoas doentes e em viagem. A abstinência durante o período não é apenas alimentar, mas também de líquidos e relações sexuais.
Antes do nascer do sol é feita uma refeição chamada suhur, e durante o dia os mulçumanos não ingerem bebida ou alimento. Ao pôr-do-sol é a vez do chamado ifta, um grande banquete que celebrar o fim do jejum diário.
A palavra Ramadan vem do árabe ramiḍa ou ar-ramaḍ, que significa calor ou secura. Ramadã é o nome dado ao nono mês do calendário islâmico, considerado sagrado, pois marca o tempo em que se iniciou a revelação da palavra divina – o Alcorão, livro sagrado do Islã – à Maomé.
O intuito do Ramadã é que os fiéis se esforcem mais para seguir os ensinamentos do Islã, realizando atos de bondade, caridade, incluindo o jejum, que ensina as pessoas a serem mais autodisciplinadas e empáticas pelos menos afortunados. Acredita-se que cumprindo o Ramadã, ensinamentos como paciência, modéstia e espiritualidade são aprendidos.
Dentro dessa concepção, estão os Cinco Pilares do Islã que, segundo a religião, sustentam a vida dos muçulmanos e são seguidos durante o Ramadã. São eles: Shahada, que representa a fé, pois reafirma que não existe outra divindade a não ser Allah e Mohamad; o Salah representando a oração, pois é precioso rezar cinco vezes ao dia voltado à Meca; o Zakat, imposto a ser pago aos necessitados que retrata a caridade.
Os outros dois são o Haj simbolizando a peregrinação, que afirma aos que tem condições físicas e financeiras que devem fazer a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida e Saum, o famoso jejum durante o mês do Ramadã.
O fim do Ramadã é marcado pelo festival Eid ul Fir, que se inicia após a chegada da lua nova do mês seguinte. O novo tempo é marcado pela bonança em que todos celebram trocando presentes, degustando banquetes e usando suas melhores roupas.