Súsan Faria
Ashok Das, diplomata de carreira, com vasto currículo e muita experiência na diplomacia, é o novo embaixador da Índia no Brasil. Ele foi credenciado pelo Ministério das Relações Exteriores em março deste ano. Ashok foi apresentado à imprensa e dirigentes de entidades brasileiras, com as quais a embaixada possui vínculos, no dia 04 de fevereiro. Na oportunidade, disse que são 70 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a Índia e que estava ansioso para conhecer o país e começar a trabalhar.
Ashok Das é funcionário do Ministério de Relações Exteriores da Índia desde 1987. Foi responsável pela Divisão da América Latina e Caribe no Ministério das Relações Exteriores, Nova Delhi desde agosto de 2015, antes de ser nomeado embaixador da Índia no Brasil. Antes, foi embaixador na República da Islândia.Também serviu nas missões diplomáticas da Índia em Portugal, Camboja e Chicago. Trabalhou como assistente do Alto Comissariado da Índia em Chittagong, Bangladesh, e foi cônsul geral da Índia em Vancouver, Canadá; e diretor geral adjunto no Conselho Indiano de Relações Culturais (ICCR), em Nova Deli.
O embaixador AshokDas estudou Português e fala várias línguas indianas. É PHD pela Universidade Jawaharlal Nehru (JNU), Nova Deli. O embaixador é casado com a Dra. Erika Das e tem dois filhos.
Abertura da economia – As relações diplomáticas entre Brasil e Índia foram estabelecidas em 1948, logo após a independência indiana. A partir da década de 1990, quando ambos os países empreenderam reformas com vistas a maior abertura de suas economias, o relacionamento político e econômico se ampliou. Os contatos políticos de autoridades de alto nível aumentaram desde a década de 2000, estimulando a identificação de oportunidades de cooperação e motivando o estabelecimento de uma Parceria Estratégica, em 2006.
Brasil e Índia são países democráticos, multiétnicos, multiculturais e multirreligiosos, de vasta extensão territorial e com grande população, que compartilham objetivos como a promoção do crescimento econômico com progresso tecnológico, inclusão social e desenvolvimento sustentável.
As semelhanças entre os dois países e a intensidade do relacionamento contribuem para a coordenação em organismos e foros internacionais, como IBAS (Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul, criado em 2003) e BRICS (agrupamento Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além de G4, G20, e BASIC(bloco de quatro países recentemente industrializados: Brasil, África do Sul, Índia e China constituído em 2009).
Ciência e tecnologia– A Índia detém reconhecida experiência em ciência, tecnologia e inovação e pode contribuir para aumentar a produtividade da indústria brasileira e melhorar o perfil tecnológico da pauta de exportações. Nesse sentido, o Conselho Científico Brasil-Índia, criado em 2005, permite o financiamento de pesquisas conjuntas nas áreas de tecnologia da informação, geociências, engenharia, energias renováveis, matemática e saúde, por exemplo. Iniciativas de cooperação são também desenvolvidas em áreas como agricultura, defesa, energia, espaço exterior, meio ambiente e temas sociais.
São exemplos de acordos firmados entre Índia e Brasil o Acordo de Comércio (1968), o Acordo sobre Cooperação nos Campos da Ciência e Tecnologia (1985) e o Memorando de Entendimento que Estabelece uma Comissão Mista de Cooperação Política, Econômica, Científica, Tecnológica e Cultural (2002). A Comissão Mista é o principal mecanismo de coordenação do diálogo entre o Brasil e a Índia.
O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Índia passou de US$ 1 bilhão, em 2003, para US$ 11,62 bilhões, em 2014, e apresenta amplo potencial de crescimento, considerando o tamanho e o dinamismo das duas economias. Em 2014 a Índia ocupou a 8ª posição entre os principais parceiros comerciais do Brasil.
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