Corrida de cavalos marcou Dia da Comunidade Árabe
Égua Zells Zenyatta, de Almir Ribeiro e Rodrigo Schulze, foi a ganhadora do GP Câmara Árabe, páreo que comemora a presença dos árabes no Brasil.
Isaura Daniel/isaura.daniel@anba.com.br
São Paulo – A égua Zells Zenyatta foi a campeã do Grande Prêmio Câmara Árabe (GP Câmara Árabe), que comemorou o Dia da Comunidade Árabe neste domingo (25), na cidade de São Paulo. A prova de cavalos puro sangue árabe foi promovida pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com apoio da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA) e do Jockey Club de São Paulo, este último, o local da corrida dos cavalos.
Membros da diretoria da Câmara Árabe se reuniram para ver o páreo, que começou a ser promovido em 2014 e já é tradicional na data. Concorreram oito animais da raça. A égua ganhadora pertence a Almir Ribeiro e Rodrigo Schulze. Ela foi montada pelo jóquei José Rogério e é treinada por Alexandre Correa em um dos centros de treinamento do Jockey Club de São Paulo, no município de Campinas.
Em segundo lugar ficou o animal Zells Kate, também de Almir Ribeiro, e em terceiro Passion Rach, de Paulo Jamil Saliba. Também correram Cantiga VE, Heron HVP, Marei Rach, Rhondo Rach e Orthodox Rach. A disputa faz parte do calendário clássico de corridas de cavalos árabe no Brasil, que, por sua vez, integra o calendário mundial da área.
“O Brasil é um grande criador de cavalos árabes, o plantel é muito bom em qualidade e seleção”, afirmou para a ANBA, Marcelo Sallum, ex-presidente da Câmara Árabe, que estava à frente da entidade quando ela passou a promover o prêmio. Sallum conta que a ideia foi de Jamil Saliba, que queria mostrar a qualidade dos cavalos da raça no Brasil. Jamil, falecido há três anos, foi presidente da Câmara Árabe e era criador de cavalos.
“A Câmara Árabe sempre buscou promover todos os assuntos ligados ao mundo árabe”, afirmou Sallum, lembrando que o páreo já passou a fazer parte do calendário de comemoração o Dia da Comunidade Árabe, que neste ano caiu num domingo. O atual presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, também lembrou que o páreo já é cada vez mais uma tradição no Dia da Comunidade Árabe. “É um ponto de integração dos brasileiros com os árabes”, disse.
O criador de cavalos Paulo Saliba, da Fazenda Rach Stud, conta que o cavalo árabe criado no Brasil é conhecido no mundo todo. De acordo com ele, essa é a raça mais antiga de cavalos do mundo e foi mantida pura. Os animais são conhecidos por terem sangue quente e serem ao mesmo tempo leves. “É a chamada cavalaria ligeira”, afirma. Por isso são usados em cruzamentos de outras raças, para que os animais ganhem essa agilidade.
O vice-presidente de Corridas e Enduro da ABCCA, Almir Ribeiro, ressaltou o aspecto cultural da corrida por comemorar o Dia da Comunidade Árabe e pela história que tem essa raça de cavalos. “Todos os cavalos que você pode imaginar, desde manga larga, puro sangue inglês e outros, têm a participação do cavalo árabe em sua formação. O cavalo árabe é o cavalo formador, é o pai de todas as raças”, diz Ribeiro. A raça se originou na Península Arábica.
O diretor da Câmara Árabe, Ruy Cury, lembrou, em entrevista à ANBA, que 25 de março é um dia de festa para a comunidade árabe. “É importante termos um congraçamento neste dia”, falou ele, sobre a corrida. A data de 25 de março foi instituída para celebrar o Dia da Comunidade Árabe no Brasil em uma referência ao nome da rua que acolheu os estabelecimentos comerciais dos primeiros imigrantes árabes que chegaram ao País no início do século 19.