Após ser ratificado, tratado entrará em vigor até o final do ano
Os líderes de 44 países do continente africano firmaram nesta quarta-feira (21) um acordo comercial considerado o maior desde a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995. Batizado de “Área de Livre Comércio da África (AfCFTA, na sigla em inglês), o acordo, feito segundo o modelo da União Europeia, foi assinado durante a 10ª sessão ordinária dos chefes de Estado da União Africana, que acontece na capital de Ruanda, Kigali.
Com a decisão, os países criam um mercado unificado de 1,2 bilhão de pessoas, com um PIB combinado de mais de US$3,4 trilhões. Um dos principais objetivos da parceria é impulsionar o comércio entre os países do continente, além de diminuir a dependência da inconstância dos preços das commodities que afetam diretamente as exportações.
O acordo entrará em vigor até o final do ano, após ser ratificado pelos Estados. No entanto, o número de países necessários para aprovação da iniciativa ainda não foi atingido, informou o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat.
“Nossos povos, a nossa comunidade empresarial e a nossa juventude, em particular, não podem esperar mais para ver a superação das barreiras que dividem o nosso continente, impedem a decolagem econômica e perpetuam a miséria, mesmo que a África seja abundantemente rica”, disse Mahamat.
Considerada uma das maiores economias do continente, a Nigéria não participou do tratado, apesar de liderar as negociações com o Egito. O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ignorou a cúpula influenciado por objeções de grandes empresas e sindicatos que afirmam que o acordo irá ferir seus interesses. Entre os países que assinaram o tratado de livre-comércio estão África do Sul, Marrocos, Egito, Quênia e Argélia.
Outras grandes econômicas com crescimento acelerado como Gana e Etiópia também firmaram o acordo. “A África é mais forte quando trabalhamos juntos”, disse o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou. A medida é uma das iniciativas estabelecidas pela UA na Agenda 2063, plano conjunto da organização para metas continentais. (ANSA)