Embaixador apresenta vinho, azeite e tâmaras para jornalistas de Brasília
Liz Lôbo
Fotos: Eliane Loin
Mohamed Hedi Soltani iniciou nessa sexta-feira (16), na residência oficial do país, no Lago Sul, um trabalho de divulgação de produtos tunisianos que querem um espaço no mercado brasileiro. O diplomata começou pela capital a realização de eventos chamados “Sabores da Tunísia” que vão acontecer também no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Até o momento apenas alguns azeites estão à venda no Brasil, agora queremos trazer essas três especialidades para a mesa das pessoas aqui”, explicou Soltani aos cerca de 40 jornalistas, blogueiros e convidados presentes.
Durante o evento foram ainda apresentados os pratos típicos da Tunísia, exuberantes e refrescantes, herança do patrimônio berbere, árabe, judeu, turco, italiano. Os representantes da mídia tiveram a oportunidade de saborear o óleo de oliva tunisino, fruto de uma cultura orgânica e conhecida por sua qualidade superior, de perfil suave e açucarado. A Tunísia é o primeiro produtor mundial de azeite orgânico e o segundo exportador mundial de azeite.
A Tunísia é o país mais importante no cultivo da azeitona da região Mediterrânea do Sul; mais de 30% da sua terra cultivada dedicam-se ao crescimento da azeitona (1. 68 milhões ha). Excluindo a União Europeia, é a principal força mundial no setor de óleo de oliva. “Fazemos grandes esforços em reestruturar e modernizar o seu setor, bem como aumentar a qualidade do azeite de oliva e estender a área medida em acres. Os recursos da azeitona da Tunísia são encontrados em mais de 65 milhões de oliveiras, cultivadas em 1 680 000 ha, dos quais 75 000 ha são para colheitas orgânicas certificadas”, explicou Sotani.
Vinho– A noite “Sabores da Tunísia” permitiu ainda que aos amantes do vinho degustar um pouco da produção, a partir da seleção das melhores cavas tunisinas, que reúnem corpo e caráter, e possuem suas raízes na viticultura ancestral, que remonta à época fenícia, cartaginense, romana e bizantina. O país dispõe de uma grande variedade de vinhos, uma vez que, ao contrário do resto das nações muçulmanas, na Tunísia é permitido o consumo de álcool. O clima Mediterrâneo e o solo rico fazem do país o lugar ideal para a produção da bebida.
“A Tunísia merece respeito pela rica história de seu vinho e pelo cultivo moderno das mais variadas uvas. Os tunisianos começaram a produzir o vinho há mais de 2.000 anos. A produção de vinho do país continua tendo uma influência francesa pesada, com os tintos e rosés que dominam a cena”, explicou o embaixador Sotani. Além do Rosé, foi servido um vinho branco e outro tinto da vinícola Bougène.
Hoje, a maior parte do cultivo de vinho da Tunísia ocorre na península do norte do país, Cap Bon, seguindo o legado do famoso agrônomo fenício Mago, que escreveu os manuais de instruções mais primitivos no cultivo de vinho de Cartago, aproximadamente 100 anos antes de Cristo.
Tâmaras – O embaixador também fez uma degustação das tâmaras chamadas Deglet Nour . É a principal variedade existente no Saara tunisino e também emblema da dieta nutricional do povo berbere. “As condições macroclimáticas do oásis tunisino permitem a excelente combinação de um secado ao sol tropical nas copas das palmeiras tamareiras, junto com as frutas frescas e as águas puras onde bebem suas raízes, produzindo um fruto de sabor único e qualidade suprema”, garantiu o embaixador. Segundo ele, a tâmara Deglet Nour Natural (estândar) uma vez selecionada é solta das ramas, segundo seu tamanho e textura.
O termo “Deglet Nour” significa “tâmara luminosa”, explica Sotani. Esta denominação se dá, de acordo com ele, pelo caráter translúcido desta fruta. De fato, a carne permite quase adivinhar o núcleo dentro da tâmara. “A Tunísia permanece como o primeiro exportador mundial de Deglet Nour”, afirma o embaixador.