Comunidade cubana enfeita busto de Jose Martí, na praça do Buriti, para celebrar o 165º aniversário de nascimento do líder daquele país.
Súsan Faria
Fotos: Eliane Loin
O escritor e político cubano, herói da luta pela independência de Cuba da Espanha, Jose Martí, foi homenageado neste domingo, 28, na Praça do Buriti, em Brasília. Ramalhetes de flores brancas foram depositados em frente à sua estátua, próxima à de Simón Bolívar.Dirigentes da Embaixada de Cuba, médicos do programa brasileiro “Mais Médicos”, membros do corpo diplomático, representantes da Associação de Cubanos residentes no Brasil e do Movimento de Solidariedade com Cuba e jornalistas e amigos brasileiros – ligados àquele Movimento – estiveram presentes. Alguns discursaram homenageando o herói.
“Martí é nosso apostolo. Seu pensamento, obra e vida representam para todos os cubanos um verdadeiro símbolo, um guia de ação e de pensamento, a conformação de nossa consciência nacional, de nosso espírito independente e de nosso patriotismo”, afirmou para a Revista Embassy Brasília, o encarregado de negócios da Embaixada de Cuba, Rolando Gomez Gonzalez. A seu ver, os valores humanos que José Martí deixou na sociedade cubana foram fonte de inspiração para numerosas gerações que nele se inspiraram principalmente para levar adiante a última etapa da independência de Cuba, com o triunfo da revolução, que “permitiu ao nosso povo adquirir a última e definitiva independência política e econômica”.
Rolando Gonzalez afirmou que os cubanos se defendem em condições duras “contra os que querem destruir essa revolução impondo um bloqueio econômico terrível com objetivo de asfixiarmos, mas nosso povo segue resistindo e resistirá, inspirado no legado de Fidel e de Martí”. Durante a homenagem, Alexis Isaac, da Associação de Cubanos residentes no Brasil, lembrou que Jose Martí nasceu em Havana, 28 de janeiro de 1853; destacou a trajetória do herói e leu um dos seus poemas. Afonso Magalhães, do Comitê de Defesa da Revolução Cubana, disse Jose Martí é um exemplo para os brasileiros e tantos combatentes revolucionários. “Essa é uma atividade de saudação e de reafirmação dos nossos compromissos com o socialismo, a independência e a integração na América Latina”, afirmou.
“Marti foi também autor de uma ampla obra literária, imprescindível como fonte de conhecimento e consulta para todas as gerações. Foi um intelectual de vasta cultura, precursor do modernismo literário”, explicou o adido da Embaixada de Cuba, Fábio Simeon Gonçalez, lembrando que com Martí “aprendemos o ardente patriotismo, o amor da liberdade e a dignidade, o repúdio ao despotismo e sua fé ilimitada no povo”.
Desde a juventude, Jose Martí foi simpatizante das ideias revolucionárias que ganhavam força entre os cubanos. Criou o Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizou a Guerra de 1895 ou a Guerra Necessária.Foi influenciado pelas ideias de independência de Rafael María de Mendive, seu mestre na escola secundária de Havana, mais tarde preso e deportado.
Também Marti – ainda jovem – foi preso e processado pelo governo espanhol. Na Espanha, publicou”El Presidio Político en Cuba”, contando as crueldades e os horrores vividos na prisão. Estudou Direito e cursou doutorado em Leis, Filosofia e Letras da Universidade de Saragoça em 1874. Voltou a Cuba e em 19 de maio de 1895, foi morto nas proximidades do vilarejo de Dos Ríos. Seu corpo, mutilado pelos soldados espanhóis, foi exibido à população e posteriormente sepultado na cidade de Santiago de Cuba.