Tradições natalinas inusitadas ao redor do mundo nessa noite de festa
| Oda Paula Fernandes
Já parou para observar o encanto natalino? O brilho das luzes coloridas, o charme dos enfeites nas árvores de Natal com Papai Noel, as cores dos enfeites e tantas superstições e ritos (pagãos e religiosos) marcam as festas desse período festivo no mundo inteiro. No Brasil, a partir de outubro já é possível encontrar shoppings e lojas prontas com os arranjos especiais. E entre dezembro e janeiro, na maior parte do mundo, é possível participar de diversas manifestações folclóricas, algumas bem curiosas.
Acredita-se que a primeira árvore de Natal tenha sido decorada em Riga, na Letônia, em 1510. Nesse país, é costume as crianças ganharem presentes de Natal em cada um dos 12 dias que antecedem a data. Enquanto isso, dançarinos e músicos desfilam pelas ruas, fantasiados, para afastar os maus espíritos.
Em alguns países africanos, famílias deixam as portas abertas, assim elas permitem que qualquer pessoa participe da celebração e alguns dias antes do Natal, homens dançam pelas ruas usando máscaras de madeira. Na República Tcheca, as mulheres solteiras que querem se casar, têm o costume de arremessar um pé de sapato para trás, por cima dos ombros. Se, ao cair, o calçado estiver apontando em direção à porta, é sinal de que a mulher se casará dentro de um ano.
Na Ásia, especificamente no Japão, a cor vermelha é proibida porque simboliza a morte. No país onde menos de 1% da população é cristã, a data não tem um caráter religioso e o “clima natalino” chegou com algumas modificações, que prioriza a troca de presentes (Jingle Bells) e, inexplicavelmente, o romantismo entre casais. Por lá, o Natal se tornou popular na ilha em meados do século 20 quando tropas ou diplomatas americanos deram origem a alguns costumes extravagantes. Comer frango frito por falta de peru ou bolo de Natal com creme branco e morangos – que lembram as cores da roupa do Papai Noel são algumas das peculiaridades da celebração. Dessa forma, é quase impossível encontrar o Papai Noel.
Nas nações nórdicas um dos símbolos ligados ao Natal é a Yule, uma cabra de palha com pano vermelho. Segundo as tradições ela é portadora de brindes e de boa sorte. Já no País de Gales, o bode é considerado um poderoso amuleto.
Ainda no norte da Europa, na Islândia, a lenda diz que as pessoas que se uma pessoa não usar roupas novas em 24 de dezembro ela será comidas pelo Jólakotturinn, o Gato de Natal. O mesmo acontece com as crianças desobedientes.
De acordo com a tradição norueguesa na véspera de Natal as pessoas escondem objetos que estiverem ao seu alcance para impedir que bruxas e duendes os roubem. Na Europa Oriental, especialmente na Bulgária, o que sobra da ceia natalina é deixado em cima da mesa, como oferenda aos mortos.
Na Espanha, especialmente na Catalunha, e em Portugal, há uma tradição do “Tió”, um tronco de árvore pintado com uma carinha feliz e que também leva um gorro vermelho. Na noite de Natal, as crianças cantam músicas típicas enquanto batem no tronco com um bastão para fazê-lo “cagar” presentes.
Na tradição ucraniana uma teia de aranha é escondida na árvore de Natal, e quem encontrar essa teia é premiado com um ano repleto de boa sorte. E na Irlanda, a população costuma comemorar o “Wren Day”, quando se veste com máscaras de palha e roupas coloridas que simbolizam pássaros e saem em passeata cantando e tocando músicas celtas, no dia 26 de dezembro.
Na Rússia, o Natal é comemorado em 7 de janeiro, de acordo com o antigo calendário Juliano. O Papai Noel é representado pelo Avô Gelo, chamado de Ded Moroz. O personagem usa uma túnica azul ou branca e é acompanhado de uma menina de neve. As crianças saem pelas ruas cantando canções natalinas e pedindo doces e presentes. É quase um dia de Cosme e Damião.
As criaturas mitológicas fazem as vezes do Papai Noel na Dinamarca e na Noruega. A tarefa de levar presentes é responsabilidade dos “Nisses”, que agem como guardiões e protetores contra o mal. Eles entregam os pacotes para as crianças na noite de 5 de janeiro.
No México, grupos teatrais vão de casa em casa fazendo encenações. À meia-noite de 25 de dezembro, após a missa, as crianças quebram a tradicional pinhata, figura decorada que esconde doces e frutas da estação. Na capital da Venezuela, Caracas, por exemplo, é tradição ir à igreja com patins entre 16 e 24 de dezembro.
O folclore austríaco e o alemão compartilham a crença na figura do Krampus, a versão “má” do Papai Noel, que pune as crianças que não se comportaram bem durante o ano. Na Áustria, no dia 5 de dezembro, há quem saia às ruas vestido como o Krampus e bata nas pessoas com uma vara, evocando essa punição.
Na Alemanha, uma das tradições do Natal é o Adventskranz, uma coroa de ramos de pinheiro geralmente decorada com quatro velas, que são acessas uma a uma, nos quatro domingos que antecedem o Natal.
Na parte sul da França o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro, e segue tradições mais próximas às de outros povos mediterrâneos. Lá, o Père Noel tem como ajudante o Père Fouetard, personagem encarregado de informar quais as crianças que se comportaram bem durante o ano. Na Itália, o Papai Noel divide espaço com a figura da Befana, conhecida como Strega ou Vecchia. Uma espécie de bruxa que visita as crianças no dia 5 de janeiro. Quem foi comportado, ganha doces. Quem não foi, ganha pedaços de carvão.
Na região da Alsácia-Lorena, influenciada pela tradição alemã, a comemoração acontece no dia 6 de dezembro, quando São Nicolau distribui presentes às crianças. Uma das tradições entre as crianças é colocar os sapatos junto à lareira, para esperar o Papai Noel, e as que se comportaram bem durante o ano, o bom velhinho enche-os com presentes.
Nos Estados Unidos a tradição mais popular é de pendurar meias na lareira, por onde a figura do Papai Noel que desce pela chaminé. Um fato curioso é que, ao contrário do que acreditamos, nem todas as casas têm lareira. Então, há 40 anos, a emissora de TV americana, a WPIX, transmite um vídeo de uma lareira acessa, durante 24 horas, entre os dias 24 e 25 de dezembro. Os presentes são abertos na manhã do dia 25 e a reunião familiar acontece na hora do almoço, em torno do tradicional peru de Natal.
Aqui no Brasil, nós também comemoramos com tradições americanas e por isso é muito comum, principalmente nas cidades do interior do país, a “ceia”, virar almoço natalino com troca de presentes. E no Reino Unido, além das demais tradições comuns aos países europeus, o Natal é comemorado também com os crackers. São tubos, cheios de papel colorido picado, pequenas guloseimas e presentes, colocados sobre as mesas do jantar de Natal e “estourados” para a alegria das crianças.
O folclore austríaco e o alemão compartilham a crença na figura do Krampus, a versão “má” do Papai Noel. Ele pune as crianças que não se comportaram bem durante o ano. Na Áustria, no dia 5 de dezembro, há quem saia às ruas vestido como o Krampus e bata nas pessoas com uma vara, evocando essa punição. Na Alemanha, uma das tradições do Natal é o Adventskranz, uma coroa de ramos de pinheiro geralmente decorada com quatro velas, que são acessas uma a uma, nos quatro domingos que antecedem o Natal.
Celebrar o Natal na China é um costume recente. Entre os chineses menos tradicionais, há quem tenha adotado o hábito de montar árvores de Natal artificiais, decorando-as com enfeites de papel. Em Hong Kong, o Natal é celebrado como uma época de renovação e paz, e uma das tradições é queimar uma lista com os nomes dos moradores locais, na esperança de que, com as cinzas do papel, eles cheguem ao céu.
Já na Finlândia, muitos acreditam que o verdadeiro Papai Noel mora no norte daquele país. Ele usa a porta para entrar nas casas e antes de entregar os presentes às crianças, sempre pergunta se elas se comportaram bem. Todas as preparações para o Natal são levadas a sério pelos finlandeses e por isso costumam começar até um mês antes da data. Antes do jantar da véspera de Natal é comum uma visita às saunas. E depois do jantar, as famílias costumam ir ao cemitério e acender velas em memória de amigos e parentes já falecidos.
Na Lituânia, os enfeites tradicionais de Natal são feitos de palha e de feno ou, na falta desses materiais, de canudinhos para refrigerante. Eles são trançados em formas geométricas que lembram estrelas, sinos e flocos de neve. Para muitos, a celebração começa com a missa da véspera de Natal, seguida de um jantar em que um lugar vago é mantido à mesa, em homenagem aos entes queridos já falecidos.
Na Grécia, figura do Natal grego é São Basílio, um santo popular na região da Ásia Menor. No dia 2 de janeiro, é ele quem traz os presentes para as crianças. Nos 12 dias que antecedem o Natal têm um significado especial. Parte das tradições de Natal, inclui rituais para manter os Kallikantzaroi – uma espécie de elfos travessos que saem da terra para assustar e pregar peças nas pessoas – afastados. No dia 24 de dezembro, grupos de crianças visitam casas cantando para anunciar o nascimento de Cristo, abrir a porta para ouvi-las cantar traz boa sorte e prosperidade. Quem o faz, geralmente saúda as crianças com doces ou dinheiro.