Liz Elaine Lôbo
Fotos: Eliane Loin
Como acontece todos os anos, a chegada do primeiro vinho da safra na França foi comemorada com festa em todo o mundo, na terceira quinta-feira de novembro. Desta vez, caiu no dia 16 de novembro. Aqui no Brasil, a sede diplomática francesa celebrou a data recebendo muitos convidados, no dia 07 de dezembro. O embaixador Michel Miraillet, em seu discurso, falou da importância da chegada do Beaujolais Nouveau para o povo francês. ” É como o Natal, a Páscoa, as férias de verão”, comparou.
O embaixador Miraillet disse que a festa do vinho seria uma forma de também celebrar a amizade e os momentos felizes de 2017. O diplomata lembrou ainda os 100 anos da morte do escultor francês Auguste Rodin, considerado o pai da escultura do século 20 e autor de obras-primas como “O Pensador”, “O Beijo”, “Os Burgueses de Calais” e os “Portões do Inferno”. O artista morreu no dia 17 de novembro de 1917, aos 77 anos, no auge do sucesso.
Além de saborear o Beaujolais Noveau, os convidados puderam degustar diversos tipos de paes, queijos e frios franceses. A música internacional dos anos 80 ditou o ritmo da festa na embaixada que reuniu diplomatas, a comunidade francesa em Brasília, apreciadores de vinho e servidores daquela sede diplomática.
Tradição – Beaujolais Nouveau é um vinho tinto feito de uvas Gamay cuja produção é feita na região francesa de Beaujolais. É o mais popular vin de primeur, fermentado por poucas semanas antes de ser comercializado na terceira quinta-feira de novembro. Esse “Dia do Beaujolais Nouveau” costumava ser objeto de muita propaganda, com disputas para fazer as primeiras garrafas chegarem a diferentes regiões do planeta. A prática de lançamento corrente é enviar as caixa do vinho com antecedência da data prevista e vendê-la a partir do primeiro minuto da terceira quinta-feira do mês de novembro no horário local.
Leve e perfumado, o Beaujolais Nouveau não é um tinto de categoria elevada e nem pretende ser. É jovem e frutado, feito para celebrar a entrada no mercado dos vinhos de cada ano. A tradição começou em Lyon, encostada na região produtora, estendeu-se aos bistrôs e restaurantes de Paris e em meados do século passado espalhou-se por outros países.
A zona do Beaujolais não pertence à divisão política da Borgonha, mas historicamente sempre se ligou a ela, estendendo-se de Mâcon a Lyon, em direção ao sul da França. Ali predomina a uva Gamay, da família da Pinot Noir, que tem acidez elevada e poucos taninos. Para conseguir a extração de componentes e cor a tempo de lançar os vinhos em novembro, as vinícolas utilizam um método especial de vinificação, a maceração carbônica.