Por Rachel Alves Nariyoshi
Saiu o resultado do Concurso Brasileiro de Vinho de Mesa, edição 2024. Este concurso de vinhos de mesa busca alcançar dois objetivos: destacar, no mercado brasileiro, a importância e a alta qualidade alimentar dos vinhos mais consumidos no Brasil, produzidos por uma agricultura familiar, e derrubar preconceitos, valorizando o vinho brasileiro.
As amostras avaliadas provêm das principais regiões vinícolas do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Os vinhos de mesa são produzidos a partir de uvas americanas e híbridas, como Isabel, Bordô, Lorena, Moscato, Bibiana e Máximo. Por isso, o concurso também visa desmistificar a ideia de que os vinhos de uvas híbridas, muitas delas desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho, não oferecem qualidade. Pelo contrário, esses vinhos apresentam boas características organolépticas e benefícios à saúde, quando consumidos com moderação.
Os vinhos são avaliados em diferentes categorias: Brancos Tranquilos, Tintos Tranquilos, Secos Rosados Tranquilos, Frisantes, Espumantes, Filtrados Doces e Jurupingas (combinação de vinhos suaves aromáticos). As amostras que obtiveram as pontuações necessárias receberam as seguintes medalhas: Grande Medalha de Ouro, Medalha de Ouro e Medalha de Prata.
Participar do Concurso Vinhos de Mesa traz várias vantagens, como a formação e consolidação da marca, o reconhecimento da qualidade dos produtos, o aumento da competitividade, um crescimento de mais de 25% nas vendas, além de fortalecer a marca “Vinhos do Brasil”.
O presidente do Concurso é Eduardo Viotti, jornalista especializado em vinhos, gastronomia e responsável pela criação do Concurso Vinhos e Destilados do Brasil. O coordenador é José Luis Tavares, redator publicitário, consultor de marketing e empreendedor. Os jurados da edição de 2024 incluem profissionais renomados de diversas regiões do Brasil: Adriano Mazzarolo, Amarildo Nespolo, Bruno Cisilotto, Celito Guerra, Fuasto Longo, Giuliano Elias Pereira, Irineu Guarnier, João Carlos Taffarel, Leo Duc Haa Carson Schwartzhaupt da Conceição, Mauro Celso Zanus, Raquel Bondan de Lima e Vinicius Caliari. Esses profissionais, de ilibada competência, avaliam os vinhos em um processo de julgamento extremamente rigoroso e às cegas, ou seja, sem saber a origem dos vinhos avaliados. Essas medidas reforçam o compromisso dos organizadores em proporcionar um ambiente de excelência, garantindo que o Júri faça suas avaliações de maneira justa e precisa, assegurando a integridade do processo de julgamento.
Segundo a Embrapa Uva e Vinho, atualmente, cerca de 80% do mercado nacional de produção e comercialização de vinhos é composto por vinhos de mesa. Isso coloca o Brasil ao lado dos Estados Unidos como os maiores países produtores de vinhos de uvas híbridas e americanas no mundo. Este mercado tem apresentado um grande crescimento. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, entre janeiro e maio de 2023, foram comercializados 78 milhões de litros, um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2022.
Embora o mercado de vinhos finos, elaborados a partir de castas europeias, seja significativo, o vinho de mesa também é a escolha de muitos apreciadores no dia a dia. Além disso, esses vinhos representam a identidade vinícola nacional e as tradições dos imigrantes europeus.
Parabéns aos participantes!
@rachelalves.professoradevinhos