Por ser responsável pela relação entre o Brasil e Japão em pesquisas científicas no cerrado, Eliseu Alves recebe honraria do embaixador Teiji Hayash
Da esquerda para a direita: Teiji Hayashi, embaixador do Japão no Brasil; Eloísa Alves, esposa do ex-presidente da Embrapa; Eliseu Alves, ex-presidente da Embrapa; Alderi Emídio, diretor-executivo de governança e gestão da Embrapa; – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Em uma cerimônia solene, a embaixada do Japão no Brasil homenageou, na sexta-feira (26), o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e engenheiro agrônomo Eliseu Alves, de 93 anos, por suas contribuições à Cooperação em Pesquisa Agrícola no Cerrado entre a Embrapa e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). O evento festivo foi realizado na residência de Alves. A cerimônia foi uma honraria à sua dedicação e ao impacto de suas iniciativas na agricultura brasileira. A pesquisa científica, que permitiu a expansão agrícola para o cerrado, nas décadas de 1970 e 1980 teve o apoio da cooperação japonesa graças a Eliseu Alves.
O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, entregou a Eliseu Alves a Ordem do Sol Nascente, raios dourados, uma medalha concedida a pessoas que prestaram serviços distintos ao Estado em diversas áreas, exceto no serviço militar. “A Embrapa sempre teve uma colaboração forte com o nosso país. A JICA e a Embrapa trabalharam, sobretudo, para tornar o cerrado, que era muito infértil, um centro de produção de grãos. Nossa intenção era resolver o problema alimentar do mundo, pois, na década de 1960, o Japão dependia muito da produção de grãos dos Estados Unidos. Agora, estamos com o mesmo problema devido aos conflitos na Ucrânia, além das mudanças climáticas, que afetam muito a produção de alimentos no mundo”, disse o embaixador em seu discurso.
Ao encontrar-se com o embaixador, Eliseu Alves expressou seu apreço pelo Japão, afirmando com entusiasmo: “Eu adoro o seu país”. Ele relembrou com carinho suas duas viagens ao Japão. A cerimônia prosseguiu com a entrega de um certificado de condecoração, formalizando o reconhecimento, seguido da entrega da medalha. O embaixador Hayashi destacou a importância dos esforços de Alves para a relação entre Brasil e Japão. “O senhor Alves sempre se empenhou arduamente para o desenvolvimento organizacional da Embrapa durante seu período de fundação e concretizou a realização do Projeto Cerrado em 1977. Sua contribuição para o desenvolvimento foi amplamente reconhecida por todo o mundo. O Brasil tornou-se o maior exportador de soja e milho, por meio do Projeto Cerrado Brasil/Japão.”
A contribuição de Eliseu Alves para a agricultura brasileira, especialmente na transformação do cerrado em uma área produtiva, foi celebrada. “O Japão é conhecido como terra do sol nascente. A medalha tem um sol com raios de sol nascente. É uma homenagem significativa para os estrangeiros que trabalharam com o nosso país e com os assuntos internacionais”, completou o embaixador.
Em seu discurso de agradecimento, Eliseu Alves expressou profunda gratidão pela assistência do Japão à empresa de que foi um dos principais fundadores. “Quero agradecer muito ao governo japonês pela assistência que deu à Embrapa. Em vez de dizer o que tinha que ser feito, vieram aqui, se juntaram aos brasileiros e ajudaram a construir a Embrapa tão poderosa que é hoje, transformando o Brasil em um grande exportador de alimentos. E, acima de tudo, continuando algo que já vem de muitos anos, a amizade entre o Japão e o Brasil.”
A cerimônia contou também com a presença do diretor-executivo de governança e gestão da Embrapa, Alderi Emídio, que sublinhou como a parceria entre Brasil e Japão tem continuado até os dias de hoje. “A cooperação do Brasil com o Japão não é entre um e outro, é uma cooperação de um só. Somos todos um. Nós temos um grande número de japoneses no Brasil. A contribuição que o Japão tem dado ao Brasil em várias áreas é imensa. Na área de agricultura, os japoneses ajudaram a transformar as regiões brasileiras em regiões ricas. A Embrapa se sente irmã dos japoneses.”
A contribuição de Alves não só fortaleceu a Embrapa, mas também transformou o cerrado em uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo, consolidando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de alimentos.
Fonte: Correio Braziliense