Embaixadora Frawley Bagley ressalta ainda os 200 anos das relações bilaterais, o menor tempo de espera para o visto, meio ambiente entre outros temas
A equipe da embaixada americana em Brasília comemorou antecipadamente os 248 anos de independência dos Estados Unidos da América, no 03, na casa de festas Porto Vitória. O evento encantou os cerca de mil convidados com desfile de marines, show de fogos de artifício, seguido por um coquetel embalado pela banda Fabio Cavanha. A embaixadora Elizabeth Frawley Bagley enfatizou que na ocasião comemorava-se ainda o bicentenário das relações diplomáticas entre o país e o Brasil.
Bagley lembrou, em seu discurso, que as relações diplomáticas bilaterais começaram oficialmente no dia 26 de maio de 1824, quando o presidente dos EUA James Monroe recebeu o encarregado de negócios do Brasil, José Silvestre Rebello, em Washington D.C., e reconheceu a independência do país. “Desde o início, compartilhamos valores, aspirações e o compromisso com a democracia, que moldaram nossa parceria e impulsionaram nossa prosperidade”, afirmou. “Para celebrar esse milagre, nós estamos trabalhando para garantir que 2024 seja, de fato, um ano marcante”, completou a embaixadora.
No que diz respeito às relações comerciais entre os países, a diplomata também pontuou alguns dados, como a venda, por parte do Brasil, de US$ 7,3 bilhões em produtos manufaturados aos EUA apenas no primeiro trimestre do ano. “O comércio entre nossos países promove mais de 550 mil empregos aos brasileiros e cerca de 100 mil aos norte-americanos”, acrescentou.
A anfitriã ainda destacou a questão dos vistos, afirmando que houve redução na espera por vistos para um pouco mais de dois meses. “Batemos o recorde de vistos emitidos no Brasil. Foram mais de 1,1 milhão, e estamos prestes a quebrá-lo de novo este ano”, celebrou.
Temas como G20, sustentabilidade e economia também ganharam espaço no discurso da embaixadora, bem como o apoio que os Estados Unidos prestaram ao Rio Grande do Sul logo após as tragédias ocorridas no final de abril. “O país forneceu imediatamente mais de 1 milhão de dólares por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para apoiar a entrega de abrigos, água limpa e geradores para as comunidades afetadas pelas enchentes”, falou. Elizabeth complementou que dezenas de empresas norte-americanas que operam no território brasileiro contribuíram com milhões de reais, além de suprimentos e serviços para os esforços de resgate.
Agenda climática – A embaixadora americana afirmou, em sua fala, que o governo dos Estados Unidos vê enorme potencial no foco do Brasil na transição para energia limpa. As empresas norte-americanas expressaram seu desejo de investir nesse setor, e a Corporação Financeira de Desenvolvimento abriu, recentemente, seu primeiro escritório no Brasil, com cerca de US$ 470 milhões em novos créditos.
Bagley disse ainda que a proposta do Presidente Lula para estabelecer uma nova parceria para a transição energética De acordo com entre os EUA e o Brasil aprofundará a cooperação e fortalecerá os esforços para combater a clise climática. “Apoiamos os esforços renovados do governo Lula para enfrentar a crise climática, e aplaudimos seu sucesso em reduzir pela metade o desmatamento na Amazônia no ano passado”, afirmou.
Os EUA, por meio da USAID e outras agências, apoiam o Brasil nesses esforços há mais de 60 anos, e continuarão a fazê-lo, segundo Bagley. “Somente no último ano, nossa parceria de US$ 300 milhões com o Brasil apoiou a conservação de aproximadamente 50 milhões de hectares de áreas protegidas”, informou.
Itamaraty – Maria Luisa Escorel de Moraes, Secretária para América do Norte e Europa do Itamaraty, ao proferir seu discurso, enfatizou que cerca de dois milhões de brasileiros vivem nos Estados Unidos, representando o maior contingente de nacionais no exterior.
“Também contamos, desde o século XIX, com a expressiva diáspora norte-americana residente no país. Essas vibrantes comunidades servem de ponte entre nossos países e contribuem para estreitar ainda mais os laços culturais e humanos entre nossas nações”, acrescentou.
Segundo a secretária, recentemente, houve uma notável reaproximação entre os dois países, com destaque para a defesa das instituições democráticas, o respeito aos direitos humanos, o combate à desigualdade racial, a promoção da inclusão social e o desenvolvimento sustentável, valores e objetivos que sedimentam os vínculos entre Brasil e EUA.
Escorel lembrou que em setembro do ano passado, os presidentes Lula e Biden lançaram a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras. “Pela primeira vez, os líderes do Brasil e dos Estados Unidos uniram-se para enfrentar a precarização do trabalho e promover crescimento econômico inclusivo e sustentável”, disse.
A visita do secretário de Estado Antony Blinken ao Brasil em fevereiro e a realização do diálogo de alto nível em Washington em maio, é outro significativo fator que atesta o crescente e fluido engajamento entre as nações, e desde o início do governo Lula, foram realizadas reuniões de mais de 10 mecanismos de diálogo bilateral.
A embaixadora Escorel concluiu sua fala parabenizando os Estados Unidos da América por sua data nacional, expressando seus votos de que os países continuem a caminhar juntos, fortalecendo a democracia, promovendo a paz e construindo um futuro próspero e sustentável para ambas as nações e para o mundo.