Súsan Faria
Crianças do 5º ano da Escola Classe 17 de Sobradinho, no Distrito Federal, conheceram, no dia 05 de outubro, um pedaço da Holanda em Brasília.
Elas foram recebidas pelo embaixador Han Peters e assessores que lhes apresentaram o país onde é obrigatória a Educação integral dos seis aos 18 anos, o país da tecnologia e das flores. Antes de irem à Embaixada da Holanda, essas 27 crianças e quatro de seus professores estudaram o país e prepararam perguntas ao embaixador. A atividade se realizou dentro do projeto Embaixadas de Portas Abertas do Governo do Distrito Federal (GDF).
Essa 22ª edição do projeto proporcionou aos estudantes, não só conhecimentos teóricos, mas dialogar com holandeses, assistir vídeo e observar as obras, jardins e dependências da embaixada. Ganharam brindes – chapéus, bloco de cartas, alfinetes e bolas de futebol, e participaram de um Quiz (questionário). No lanche experimentaram Stroopwafel, a tradicional bolacha holandesa fina, seca e redonda, com doce dentro.
Durante as visitas, as crianças – selecionadas pelas escolas – aprendem sobre história, geografia, cultura e idioma de cada nação. O embaixador HanPeters explicou como funciona uma embaixada e apresentou a Holanda como um país de 17 milhões de habitantes, que em que a maioria das pessoas anda de bicicleta. “É comum terem duas bicicletas, uma rápida para ir ao trabalho, e outra mais leve para passear com a família”, disse. Destacou que a Holanda – um país tradicionalmente católico e protestante – nos últimos 30 anos recebeu 1 milhão de muçulmanos.
Perguntas – Sobre os holandeses, além da religião predominante, as crianças quiseram saber como funciona a Educação? Com que idade os holandeses começam a trabalhar? Como é o comportamento dos jovens? O que contribuiu para que o país tenha excelente Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)? E qual o esporte favorito? O embaixador destacou que sem educação é difícil obter vida saudável, que as crianças holandesas estudam das 8h30 às 15h30, em turno integral e com almoço, a exceção das quartas-feiras, quando saem da escola às 12h e que vão a pé ou de bicicleta para casa. Essa política é fundamental – segundo ele – para o alto desenvolvimento do país.
Hans Peters disse que tem dois filhos, um de 22 anos e outra de 24 anos, e que aos 15 anos esses jovens começaram a trabalhar em supermercados. “É super normal, o jovem chegar aos 15 anos e trabalhar algumas horas nos supermercados, restaurantes e comércio”, disse, explicando que ele próprio, filho de pais açougueiros, ao completar 15 anos idade trabalhou no açougue familiar. Lembrou que o futebol é o esporte favorito dos holandeses. A noiva do embaixador, a brasiliense Alessandra Camargos falou do país da água, com muitos rios e canais, das tulipas e das tantas flores cultivadas e exportadas, e da culinária holandesa.
O diplomata disse considerar enriquecedor que crianças conheçam desde cedo outras culturas. “Como nasci na Holanda, numa cidade que fica só a 20 quilômetros da fronteira com a Alemanha, dava para conhecer outro país de bicicleta”, relembrou o embaixador, ao contar que a distância entre países da Europa pode ser curta, diferentemente do que acontece com Brasil, que tem dimensões continentais, e seus vizinhos.
A colaboradora do governo Márcia Rollemberg, presente à visita, destacou que os holandeses têm diversas parcerias e cooperações com o Brasil nas áreas comercial, educacional e ambiental. “A Holanda é um país de muita referência no campo da educação e da tecnologia e na questão hídrica”, observou. Ela convidou o embaixador Hans Peters a visitar escolas do DF e destacou a importância da participação e do conhecimento que os estudantes adquirem no Embaixadas de Portas Abertas.
A estudante Luana Noronha Ferreira, de 10 anos, achou interessante saber o que os holandeses “gostam de fazer” e disse que traz consigo a imagem de um país “bonito, colorido e alegre”.
A aluna Yasmim Moreira da Silva, de 10 anos, quis saber qual é a língua oficial e achou interessante o fato de praticamente toda a população falar dois idiomas: inglês e holandês. “Na escola a gente não aprende como aqui”, completou, ao comentar que eles estudaram sobre o país antes da visita.
Para Ariane de Brito Mata, de 11 anos, o mais interessante foi saber dos costumes holandeses na culinária e no estilo de vida. “No almoço, eles comem um lanche rápido para voltar ao trabalho”, admirou-se a estudante, ao ouvir que lá o horário da refeição é mais curto do que no Brasil, pois os trabalhadores voltam mais cedo para casa.
Na opinião do assessor da Subsecretaria de Educação do DF, Antônio Carlos do Patrocínio, a atividade foi exemplo de hospitalidade e confraternização. “Uma oportunidade de os estudantes se preparem e chegarem cheios de dúvidas às embaixadas”, comentou.
Muitas ciclovias – No vídeo apresentado, cinco estrangeiros radicados na Holanda falaram do país da água, da alta tecnologia para conter o avanço das águas (grande parte da população vive em terras abaixo do nível do mar), dos 15 mil km de ciclovias, das estufas aquecidas para produzir flores, do Palácio da Paz em Haia, onde se julgam os crimes cometidos contra a humanidade, da alta produtividade na agricultura, do valor à arte e cultura e do regime monárquico constitucional parlamentar e democrático.
O Embaixadas de Portas Abertas se realiza às quintas-feiras, pela manhã, e faz parte do programa Criança Candanga – conjunto de políticas públicas voltadas para a infância e a adolescência em Brasília – idealizado pela primeira dama do DF, Márcia Rollemberg. El Salvador foi a primeira embaixada a receber os estudantes brasilienses, em 27 de maio de 2015. Desde a criação, em 2015, mais de 700 crianças de 22 escolas da rede pública de ensino básico, entre 9 a 11 anos de idade, tiveram a oportunidade de estudar melhor um país e entrar em representações diplomáticas em Brasília.
Este mês, o projeto será realizado nas sedes diplomáticas da Coreia do Sul, dia 19; e China, dia 26. Em novembro, chega às embaixadas do Vietnã, Suécia e Itália, dias 9, 16 e 23 de novembro, respectivamente. Embaixadas interessadas em participar do projeto devem procurar a Assessoria Internacional do GDF por meio do endereço eletrônico assessoria.internacional@buriti.df.gov.br.