Olaf Scholz, em coletiva à imprensa, reafirma apoio à aliança a qual tem oposição da França
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, reafirmou, nesta segunda-feira (5), em entrevista na sede da Chancelaria em Berlim, seu apoio ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, ressaltando as “perspectivas de crescimento” que o pacto com o bloco sul-americano representa para a Europa. Já o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, também presente à coletiva, reiterou a oposição da França ao pacto com o Mercosul porque “as condições não estão reunidas”.
De acordo com Olaf Scholz, “a Alemanha é um país muito apegado ao livre-comércio […] e acredito que estamos todos de acordo em afirmar que precisamos destes acordos porque têm grande importância geoestratégica”.
O acordo com os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), em negociação há quase 25 anos, tem enfrentado forte resistência por parte de agricultores de vários países europeus, que protestam por melhores rendimentos e condições de trabalho.
Estes produtores rurais temem que o acordo UE-Mercosul diminua ainda mais os preços de seus produtos. O acordo tem como objetivo reduzir as tarifas de importação de bens industriais e farmacêuticos, sobretudo europeus, além de produtos agrícolas.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou mais de uma vez sua oposição a este acordo comercial, cujas regras não considera “homogêneas” com as europeias. O governo alemão, ao contrário, é um dos mais fervorosos apoiadores do tratado, que permitirá ampliar as oportunidades para sua poderosa indústria exportadora. O futuro das discussões provocou tensões entre Paris e Bruxelas.
Fonte: AFP