Eleito em 15 de outubro contra a candidata de Rafael Correa, Luisa González, o tomou posse oficialmente como presidente da República do Equador nesta quinta-feira (23).
Daniel Noboa, um político inexperiente e herdeiro de uma fortuna construída com o comércio de bananas, tomou posse, nesta quinta-feira, como presidente do Equador, um papel que os cidadãos exigem que ele use para restaurar a segurança pública que os cartéis de drogas e outras organizações criminosas lhes roubaram no início da década. O mandato de Noboa durará apenas até maio de 2025, que é o que resta do mandato do ex-presidente Guillermo Lasso. Lasso encurtou seu período no poder quando dissolveu a Assembleia Nacional em maio, enquanto os legisladores iniciavam processos de impeachment contra ele.
Num breve discurso, Noboa disse que o principal objetivo do governo é “reduzir a violência e tornar o progresso um hábito”. Ele reconheceu que é “uma tarefa difícil” de enfrentar no curto prazo que ele servirá. “Não sou contra nada, sou a favor de tudo”, disse ele. “Vamos unir forças… vamos deixar os velhos esquemas políticos e nos concentrar na solução dos grandes problemas que afligem o Equador.”
Durante o governo Lasso, as mortes violentas no Equador dispararam, atingindo um recorde de 4.600 em 2022, o dobro do número do ano anterior. Assassinatos, sequestros, roubos e outras atividades criminosas passaram a fazer parte da vida cotidiana dos equatorianos.
O assassinato do candidato presidencial e defensor da luta contra a corrupção, Fernando Villavicencio, quando este saía de um comício de campanha em agosto, expôs ainda mais a frágil situação de segurança do país.
A única experiência de Noboa no governo foi como membro da Assembleia Nacional dissolvida por Lasso. Ele herda uma economia enfraquecida e sérios desafios fiscais, bem como a liderança de um país atolado em crimes violentos.
Filho de um bilionário e cinco vezes candidato à presidência, Daniel Noboa foi eleito com uma plataforma neoliberal em uma eleição marcada pela violência que assola o país há vários anos. Poucos dias antes de sua posse, negociou um acordo com o Partido Social Cristão (PSC), de direita, e o partido socialista Movimento Revolução Cidadã (RC), de seu antigo oponente Rafael Correa, para formar uma aliança na Assembleia que dará ao novo presidente uma maioria confortável. Um socialista cristão será o presidente da Assembleia Legislativa, um partidário de Correa será o vice-presidente e um deputado do partido de Noboa, a aliança Ação Democrática Nacional (ADN), será o segundo vice-presidente.