Acordo assinado pelo embaixador da Áustria Stefan Scholz e a representante das Nações Unidas, Anastasia Divinskaya, oficializa doação de 50 mil euros para o aporte de projetos.
A Embaixada da Áustria em Brasília realizou, na noite de segunda-feira (16), a cerimônia de assinatura do acordo de financiamento do governo austríaco com a ONU Mulheres, com a doação de 50 mil euros. O valor será usado na articulação dos direitos das mulheres indígenas, na presença de representantes indígenas da política e da sociedade civil.
O acordo foi igualmente assinado por Anastasia Divinskaya, representante da ONU Mulheres no Brasil. Também estava presente Joenia Wapichana, Presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). A ação faz parte do Ciclo do Bicentenário de Independência do Brasil, que marca os 443 anos de amizade da Áustria com o Brasil.
Segundo o embaixador Scholz, o objetivo do financiamento é aumentar o envolvimento das mulheres indígenas na sociedade, assim como proteger e defender os seus direitos humanos. Busca ainda “fortalecer a capacidade dos órgãos governamentais para promover os direitos das mulheres indígenas”, acrescentou o embaixador austríaco.
O diplomata continuou sublinhando que o “movimento das mulheres indígenas é um esforço poderoso, muito inteligente e inspirador”. Recordou ainda do pequeno grupo de mulheres líderes indígenas estabelecido como apoio ao primeiro projeto da Voz das Mulheres Indígenas em 2014, que cresceu e se tornou um movimento nacional ao ano em que mais mulheres de diversas comunidades”.
Anastasia Divinskaya, destacou a relevância em partilhar a solidariedade com as mulheres indígenas, promovendo apoio incondicional na luta dos povos originários, incluindo apoio financeiro aos direitos humanos.
Divinskaya lembrou que a ONU mulheres foi “criada em resposta à demanda de ativistas do movimento global de mulheres para estabilizar a entidade dentro dos Estados Unidos dedicada ao empoderamento de mulheres e homens no mundo, valorizar a nossa história, mostrar o trabalho do povo e criar a unidade de todas as nossas atividades no movimento das mulheres a nível mundial”.
Joenia Wapichan, presidente da Funai, enfatizou a importância em participar de momentos importantes, da luta e resistência dos povos indígenas no Brasil, especificamente das mulheres indígenas. “Aqui no Brasil temos uma população que dobrou o número de mulheres indígenas no IBGE em 2022. Hoje somos um milhão e setecentas. E segundo o próprio IBGE, 50% diriam que são mulheres indígenas”.
Segundo a presidente da Funai, em vista disso, “temos um desafio muito grande pela frente para emponderá-las e fazer com que elas realmente possam usar seus conhecimentos tradicionais e seus conhecimentos técnicos, para que outras mulheres possam fazer parte”.
Wapichan está no governo há quatro anos, sendo a primeira mulher indígena eleita deputada federal no Brasil, e a primeira mulher indígena a ser formada, ser advogada e poder acessar a Justiça Criminal Federal e defender os direitos dos povos indígenas de forma coletiva.
Pontuou também que é essencial compartilhar histórias de mulheres que ainda sofrem e tornar suas vozes visíveis para enfrentar a violência, a discriminação racial, as questões de abuso sexual e também o enfrentamento desta crise climáticas, uma vez que as mulheres indígenas as mais afetadas e as mais vulneráveis.
Fonte: Assessoria Funai