Em Brasília, o embaixador Li Jinzhang diz que 2017 está sendo o ano do Brics e destaca a importância do bloco econômico.
Súsan Faria
A China – país mais populoso do mundo, com quase um quinto dos habitantes da terra e atualmente a segunda maior economia do planeta, tornou-se comunista em 1º outubro de 1949. Desde então, a nação passou por várias reformas como a coletivização das terras, o controle estatal da economia e a nacionalização de empresas estrangeiras, tendo à frente Mao Tse-tung. Há 68 anos, sempre nessa data, o país está em festa por uma semana. Em Brasília, a comemoração foi antecipada e aconteceu no dia 26 de setembro, no Dúnia City Hall, no Lago Sul. Na festa, com a presença de muitas autoridades, teve muita música, dança, apresentação de vídeo e gastronomia chinesa.
Em seu discurso, o anfitrião, embaixador Li Jinzhang, afirmou que a China continua a ser o maior parceiro comercial do Brasil. De janeiro a agosto deste ano, o valor comercial dos dois países registrou 51,9 milhões de dólares, com aumento de 26%, no mesmo período no ano passado. “As cooperações em investimentos e finanças entre ambos os países e suas estratégias começaram a se intensificar”, comemorou. O diplomata destacou o Fundo Brasil China de Cooperação – criado em maio deste ano – para expansão da capacidade produtiva dos recursos energéticos limpos, das manufaturas de ponta, tecnologia de informação e intercâmbios entre pessoas.
Li Jinzhang informou que o ano de 2017 está sendo positivo para as relações do Brasil e China, “É um ano do Brics!”, afirmou referindo-se ao bloco econômico formado pelo Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. O diplomata lembrou que recentemente o presidente Michel Temer esteve na China e que ambos os chefes de Estado concordaram em promover maiores parcerias estratégicas e que há entusiasmo e robusto desenvolvimento em comercio, investimento e finanças entre as duas nações.
Homenagem – Segundo o embaixador Li Jinzhang, a China participará como primeiro país homenageado da Bienal de Curitiba que vai ser realizado de 30 de setembro a 25 de fevereiro de 2018. “Lá o povo terá oportunidade de apreciar, sentir e aproximar das artes contemporâneas chinesas”, garantiu. A Bienal de Curitiba irá expor obras de artistas do país em diversos locais daquela capital. Na avaliação do diplomata, as relações entre a China e o Brasil “são maduras e estáveis”. “Há confiança mútua, amizade e o conhecimento recíproco entre os dois povos que irão promover o avanço das relações bilaterais”, acredita.
Li Jinzhan lembrou também que se vive uma nova época da história chinesa. “Nesses 68 anos, sob a direção do Partido Comunista Chinês, os resultados mostram resultados notáveis, com um grande salto, o nível de vida do povo foi elevado consideravelmente, dando grandes contribuições para a paz e o desenvolvimento do mundo”, afirmou o diplomata. Segundo ele, o povo chinês avança na concretização das suas metas e, em 18 de outubro próximo, em Pequim, vai realizar o 19º Congresso do Partido Comunista, um conclave importante na conclusão de uma sociedade modestamente confortável em todos os aspectos e para o desenvolvimento do socialismo com características chinesas. Sugeriu um brinde pelo aniversário da Fundação da República Popular da China e pela amizade e cooperação com os brasileiros.
Estiveram presentes à festa do Dia Nacional da China embaixadores, parlamentares, o Ministro Osmar Terra, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;o embaixador Marcos Galvão, Secretário Geral do Ministério das Relações Exteriores;a ministra do Superior Tribunal de Justiça, Nancy Andrighi;o ministro do Supremo Tribunal Federal,Ricardo Lewandoviski; autoridades do Corpo Diplomático e representantes da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Atrações – A empresa Huawei doou celulares e laptops que foram sorteados entre os presentes. Instrumentistas chineses tocaram músicas tradicionais da China, tendo ao fundo a exibição de um vídeo com imagens de balett em um lago, compondo com um grande leque em movimento. Crianças brasileiras apresentaram números de Kung Fu e adultos praticaramTai Chi Chuan.O mestre Woo, que há 42 anos ensina gratuitamente Tai Chi Chuan em Brasília, prestigiou as comemorações.
China – História e contexto mundial
1915 – o país é dominado pelo governo japonês.
1921 – nasce o Partido Comunista Chinês. Seus líderes e participantes são perseguidos pelas autoridades do país. Sob a liderança de Mao Tsé-Tung, os comunistas mobilizam as populações camponesas atraídas pela promessa do uso coletivo das terras.
Anos 30 e 40 – o Exército Vermelho, criado por Mao, luta contra o governo chinês.
1946-1949 – Guerra Civil Chinesa, o Partido Comunista derrota o nacionalista Kuomintang
1949 – vencidas as batalhas, Mao é aclamado líder da República Popular da China, inicialmente com apoio do governo comunista soviético.
1966 – começa a Revolução Cultural – programa de controle cultural, político e ideológico.
1976 – morre Mao Tsé-Tung e acaba-se a Revolução Cultural. As políticas econômicas do país se abrem para a economia mundial.
1978 – a partir desse ano, o país se torna uma das economias de mais rápido crescimento no mundo.
- É uma república socialista, governada pelo Partido Comunista da China (PCC).
- Tem 22 províncias, cinco regiões autônomas. A capital é Pequim.
- É o país maior exportador, possui a maior população mundial e é terceiro maior em área total – cerca de 9,6 milhões de quilômetros quadrados.
- A civilização chinesa é uma das mais antigas do mundo