Gadiel Arce citou os avanços do país em cerimônia na Praça da América Central, em Brasília.
O Embaixador da Nicarágua no Brasil, Gadiel Arce, promoveu, na quarta-feira (19), um evento festivo em comemoração aos 44 anos do triunfo da revolução sandinista no país. Em seu discurso, o diplomata falou do orgulho do povo nicaraguense, das riquezas, dos avanços do país e da retomada da soberania nacional. Arce também citou as prioridades, o crescimento econômico e a Nicarágua no cenário internacional.
Na solenidade, o embaixador Gadiel Arce disse que Nicarágua sempre esteve na agenda das potências imperiais porque a terra é abençoada com riquezas naturais, com água abundante, com minas de ouro, com terras férteis maravilhosas e com paisagens paradisíacas de lagos e vulcões Além disso, a Nicarágua tem o privilégio de ter uma posição geopolítica que tem sido objeto de múltiplas tentativas de posse por parte dessas potências, pois está localizada no centro das Américas”, afirmou o embaixador.
Em seu discurso, Arce lembrou ainda que em 2007, após 16 anos de neoliberalismo, a Frente Sandinista de Libertação Nacional voltou a triunfar, através do Governo de Reconciliação e Unidade Nacional, liderado por Daniel Ortega, dando início” a uma nova era de restituição de direitos, com desenvolvimento, justiça social e total Respeito à soberania nacional. Uma nova Nicarágua com alta participação popular”.
Crescimento – O embaixador nicaraguense garantiu que o país conseguiu reposicionar a economia no caminho do crescimento, mantendo e expandindo todos os programas e projetos de investimento social, estradas, pontes, água potável, habitação, energia, eletricidade, hospitais, postos de saúde, postos de vacinação, esquadras, segurança no campo e cidade, atenção a desastres naturais e emergências, combate ao narcotráfico e ao crime organizado, entre outros”.
De acordo com o diplomata, em matéria de energia, a Nicarágua tem sido uma referência na política de mudança energética em um sentido pró-ambiental para as energias renováveis. Observado pela fundação “The Climate Reality Project”, e publicado em nosso país pelo “Nuevo Diario” com o título “Nicarágua top três em energia renovável”.
Arce acrescentou que por outro aspecto, em termos de produção de alimentos e soberania alimentar, o Programa Fome Zero tem sido um sucesso fundamental, entre outros motivos, por seu perfil igualitário e abordagem de gênero, concedendo terras e vários tipos de apoio a milhares de nicaraguenses.
No que diz respeito a saúde, a Nicarágua hoje se destaca por seu modelo de Saúde Comunitária e Familiar. Em 2009, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) reconheceu o esforço do Governo da Nicarágua com seu programa de imunização, como um dos mais bem avaliados internacionalmente.
Prioridades
Reduzir os níveis de pobreza e extrema pobreza de forma referencial estão, segundo o embaixador, entre as prioridades do governo nicaraguense. Arce comentou que a economia do país cresceu em média 5,2% segundo estatísticas do Banco Central da Nicarágua, “crescimento apenas interrompido pelo desequilíbrio socioeconômico gerado pelas ações da Tentativa de Golpe Fracassada em 2018”.
Cenário internacional
Segundo o Índice de Competitividade Global 2017-2018 do Fórum Econômico Mundial, a Nicarágua conseguiu ocupar o quinto lugar no ranking dos países com as melhores estradas da América Latina e o primeiro da América Central. Como destacado por Arce, “faz parte da política externa da Nicarágua estabelecer laços de amizade, união e cooperação com os países do mundo, sempre defendendo o respeito aos princípios e direitos internacionais”.
Revolução Sandinista
Gadiel Arce contou para os convidados presentes, a história da Revolução Sandinista. “Era 17 de julho de 1979, quando o ditador Anastasio Somoza fugiu do país, ante o empurrão das forças vitoriosas e guerrilheiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Mais tarde, em 19 de julho daquele mesmo ano, os nicaraguenses, os combatentes, guerrilheiros, da Frente Sandinista de Libertação Nacional, derrotaram a Ditadura Militar Somocista. É nessa data que a Nicarágua decidiu ser um país livre, soberano e independente, onde a política interna e externa passou a ser decidida pelo povo e governo nicaragüenses”, descreveu.
O embaixador prosseguiu dizendo que o dia 19 de julho de 1979 “constitui a pedra angular sobre a qual repousa a Nicarágua”. Segundo Arce, o novo Estado nicaragüense enfrentava o desafio de desenvolver uma política externa própria, com princípios de independência nacional, não alinhamento e defesa dos interesses nacionais, dentro do espírito cristão e solidário do pensamento de Sandino”.
De acordo com o diplomata, quarenta e um dias após o triunfo da Revolução, a Nicarágua conseguiu sua entrada nos países não alinhados, e o presidente Daniel Ortega, “na qualidade de líder do Maestro Histórico e coordenador da Junta de Governo da Reconstrução Nacional “, em setembro de 1979 compareceu a La Havana para o VI Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, recebendo pleno apoio.