Embaixadora Patrícia Villegas promove evento para debater os avanços femininos
Um grande público de mulheres participou, no dia 07, do debate “Los avances de la mujer em un mundo globalizado” (Os avanços da mulher em um mundo globalizado), na sede da embaixada da República Dominicana. O evento, bastante prestigiado, teve a presença da ministra de Igualdade Racial, Annielle Franco; da secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani; da secretária de representação do estado de Roraima em Brasília, Gerlane Baccarin;, da diretora de partidos políticos da República Dominicana, Lenis García e a da comandante do corpo de bombeiros do Distrito Federal, Coronel Mônica Miranda.
Em sua fala, a embaixadora da República Dominicana no Brasil, Patrícia Villegas, lembrou que a data, celebrada anualmente em 8 de março, “foi designada pela Organização das Nações Unidas em 1917, para reivindicar o trabalho pelos direitos das mulheres e promover sua participação nos distintos âmbitos da sociedade”.
Segundo a diplomata “as mulheres tiveram um papel fundamental no processo da independência dominicana em 27 de fevereiro de 1844” e destacou o papel de Maria e Conceição Trinidad Sanches, algumas das mães, irmãs e lutadoras que “levantaram a bandeira nacional da República Dominicana que elas mesmas confeccionaram”.
Patrícia Villegas enfatizou ainda o importante papel das irmãs Mirabal, também conhecidas como “As Borboletas”, Patrícia, Minerva e Maria Teresa que foram ativistas contra a ditadura de Rafael Trujillo, brutalmente assassinadas pelas tropas ditatoriais em 1960. De acordo com a embaixadora, até hoje, elas são símbolo de orgulho e inspiração para as mulheres da República Dominicana.
Em relação ao papel feminino na sociedade Dominicana atual, Villegas informou que por condecencia do presidente Luis Abinader, as mulheres estão recebendo o devido reconhecimento e respeito. “Todas as 31 Províncias de nosso país são governadas por mulheres. E temos bastante presença feminina em outros cargos altos também”, finalizou.
A ministra de Igualdade Racial, Annielle Franco, selecionada pela revista Time para a lista das Mulheres do Ano de 2023, única brasileira, falou sobre sua experiência internacional. Ressaltou a oportunidade que ela, como negra e moradora de favela, teve nos 15 anos em que viveu nos Estados Unidos. Lembrou, certamente, da trágica morte da irmã Marielle Franco em 2018.
A diretora de partidos políticos da República Dominicana Lenis García fez uma apresentação sobre a vida de Abigail Mejia, “uma ativista feminina, nacionalista, literária e educadora da República Dominicana fundadora do “Club Nosotras” em 1927 e da Ação Feminista”. García disse que “ao longo de sua vida ocupou diversos cargos de poder, exercendo um papel essencial na aquisição dos direitos civis e políticos das mulheres dominicanas”. A diretora também compartilhou um pouco das normas legislativas adotadas na República Dominicana que permitiram avanço na questão de gênero e no espaço da mulher na sociedade.
A secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, em sua fala, reforçou a importância da força feminina de “estar e existir em um mundo onde, apesar de sermos a maioria, ainda não podemos falar e não temos espaço para exercer tudo aquilo pelo qual nos comprometemos desde o momento que nascemos”. Passamani salientou que “foi graças a mulheres como vocês que eu saí da minha zona de conforto para representar outras mulheres que precisavam de voz”.
Por sua vez, Gerlane Baccarin, que é secretária da Representação do estado de Roraima em Brasília, focou sua fala nas mulheres indígenas do Brasil, informando que “apenas no Estado de Roraima, o Brasil garantiu 37% do seu espaço a população indígena. Esse espaço, segundo ela, corresponde “a duas vezes o tamanho da República Dominicana e a 19 vezes o tamanho do Distrito Federal”. “Proponho um grito a toda essa população formada por mulheres fortes, guerreiras que mesmo com seus adornos de belezas, estão, muitas vezes envergonhadas de dizer que também são vítimas da violência de gênero”, completou Baccarin.