O Festival Internacional de Cinema de Brasília (Brasília International Film Festival) teve pré-estreia nesta sexta-feira, no Cine Brasília, com a inibição do filme “Carmen” da escritora e diretora maltês canadense Valerie Buhagiar. A mostra celebra 10 anos de existência e sua oitava edição no Distrito Federal com a participação de diretores do Japão, das Filipinas, do Canadá, da Holanda e do Brasil. O evento, que vai até o dia 30 de setembro, reúne, além da exibição dos filmes; oficinas, debates, workshops e fóruns, em formato presencial e on-line, de graça.
Um momento de silêncio ensurdecedor e, em seguida, aplausos prolongados explodiram no Cine Brasília. “Carmen”, filme de Malta exibido para um público de capacidade logo após a cerimônia de abertura, foi um grande sucesso no Festival Internacional de Cinema de Brasília (BIFF). O primeiro dos 58 filmes internacionais a ser exibido na BIFF na próxima semana. “Carmen” é a obra-prima de Valerie Buhagiar, que participou da noite de gala e falou na Cerimônia de Abertura.
O festival bateu recorde de inscrições em relação às edições mais recentes. Com o retorno ao presencial e a retomada do setor cultural, filmes que estavam represados por conta do fechamento de salas e suspensão de festivais em consequência da pandemia buscam agora público e espaço. No total, mais de três mil produções se inscreveram para passar pela seleção.
Com um total de 10 filmes, a Mostra Competitiva traz histórias que exploram desde as realidades locais, como CorPolítica, sobre candidatos LGBTQIA nas eleições municipais de 2020, até dramas existenciais, como o japonês Yamakubi, no qual uma adolescente protesta em silêncio, e o holandês Pink moon, mergulha na decisão de um idoso de dar cabo à própria vida. A pandemia aparece no filipino Broken blossoms, que reflete sobre relações claustrofóbicas e casamento, e fatos ainda em curso da história contemporânea estão no russo The case, sobre uma advogada russa que luta para libertar um ativista condenado injustamente.
Além da mostra competitiva, a programação também inclui BIFF Júnior Competitiva, com filmes inéditos destinados ao público jovem, e o Mosaico Brasil — O novo cinema brasileiro, um olhar para a produção nacional que trouxe algumas surpresas, como um longa feito em libras e desconectados (Pedro Ladeira, Paulo Saldaña e Ana Graziela Aguiar), sobre o impacto do fechamento das escolas durante a pandemia.
Nessa mostra entra também “Meu tio José” (Ducca Rios), animação com Wagner Moura e Tonico Pereira que conta a história de um ativista de esquerda que participou do sequestro do embaixador americano durante a ditadura. O festival traz ainda o documentário “Abdzé wede’o, o vírus tem cura?”, de Divino Tserewahú, sobre o luto, a perda e o impacto da pandemia na aldeia indígena de Sangradouro.
A programação do BIFF acontece, simultaneamente, em várias regiões do DF, como o Cine Brasília, no Sesc da Asa Sul, de Taguatinga, do Gama e o Sesc de Ceilândia, além do Complexo Cultural de Planaltina. Veja a programação no link abaixo