A empresa pública Portos do Paraná recebeu a delegação da embaixada de Bangladesh, no dia 09, interessada na ampliação do comércio com o Brasil, no desenvolvimento social e na criação de novas oportunidades conjuntas. Bangladesh, que hoje é um dos três principais compradores da soja em grãos via Paranaguá, tem interesse em aumentar as importações de óleo vegetal. Segundo a embaixadora Sadia Faiunnesa, o país também busca novas alternativas de negócios via Paraná.
“Esse fluxo de cargas é muito importante para nós e nossa relação com o Estado tem crescido nos últimos anos”, disse Faiunnesa. O Porto e o Paraná atraem investidores e negócios do mundo inteiro. O estado atraiu R$ 120 bilhões em investimentos privados em pouco mais de três anos.
Segundo a embaixadora, há muitas semelhanças nessa área. “É impressionante como temos similaridades entre Bangladesh e o Paraná. Não somos iguais, mas também exportamos tilápia para a Europa. Produzimos alimentos, mas ainda temos muito que aprender, principalmente com o sistema de armazenamento. Também queremos ter contato direto com produtores de soja do Paraná para ampliar nosso mercado”, afirmou a embaixadora.
Faiunnesa também destacou as exportações de Bangladesh para países como Estados Unidos, Austrália e Alemanha de itens de vestuário, como seda e couro, e também reforçou o desejo do país em diversificar as suas importações. Neste ano, Brasil e Bangladesh celebraram 50 anos de amizade diplomática, uma relação que tem se desenvolvido cada vez mais com o passar dos anos. “Os negócios estão começando a crescer e queremos fazer mais negócios com o Paraná”, disse a embaixadora Sadia Faizunnesa.
Para isso, um dos primeiros passos foi a decisão do país em ter um cônsul de Bangladesh no Paraná. “Queremos uma assistência para estreitar nossa relação econômica”, ressaltou Faizunnesa. “Bangladesh é um ótimo mercado para o Brasil. Essa é uma discussão muito importante e espero que vire ação. Seria muito bom conectar nosso país com o Paraná”.
“O sistema portuário paranaense tem capacidade para desempenhar um papel fundamental no cenário global. O mercado internacional tem reconhecido os diferenciais que oferecemos nos arrendamentos, na eficiência de embarque e no cuidado com a sustentabilidade”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Ele lembrou que a Portos do Paraná foi reconhecida mais de uma vez pela excelência de gestão pelo Ministério da Infreaestrutura.
Países Baixos – Os Países Baixos, principais compradores de farelo de soja, também reforçaram a importância do Paraná no comércio internacional. Em uma missão de negócios no Brasil, empresários que atuam no porto de Roterdã, um dos mais desenvolvidos da Europa, visitaram o porto de Paranaguá e trocaram ideias com operadores portuários e parceiros que atuam no terminal local.
“Nosso objetivo é estabelecer uma estratégia conjunta, de longo prazo, que aproxime ainda mais os dois países. A expectativa é criar uma colaboração robusta que beneficie ambas as economias e que permita a troca de conhecimento para gerar novos negócios, de maneira sustentável e inovadora”, explicou Wilbert Lek, que coordena o grupo.
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Os portos do Paraná têm forte presença no mercado mundial. Os principais destinos da carga paranaense são:
Soja: China, Coreia do Sul e Bangladesh.
Farelo de soja: Países Baixos, Coreia do Sul e França.
Milho: Irã, Egito e Japão.
Açúcar: Argélia, Iraque e Suíça.
As principais origens das cargas que chegam via Porto de Paranaguá são:
Fertilizantes: China, Rússia e Canadá.
Combustíveis: Estados Unidos, Togo e Emirados Árabes.
Governo do Pará – Antes de conhecer o Litoral, a embaixadora Sadia Faiunnesa também visitou o governador em exercício Darci Piana.no Palácio Iguaçu. Durante o encontro, ambos manifestaram interesse em estreitar relações com o objetivo de desenvolver novas parcerias entre o país oriental e o Estado.
Piana aproveitou a conversa para apresentar as potencialidades do Paraná, destacando uma série de ações em andamento no Estado, como o maior pacote de concessões rodoviárias do País, que deve ir a leilão na Bolsa de Valores, e também o projeto da Nova Ferroeste, que busca investidores para a construção da ferrovia que vai conectar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, com Paranaguá, no Litoral do Paraná.
O governador também apresentou uma série de projetos nas áreas de tecnologia, sustentabilidade, preservação ambiental e segurança pública, além das estruturas eficientes das cooperativas e da educação estadual. “Das dez maiores cooperativas, sete estão no Paraná. O Paraná também é o único estado com sete universidades estaduais, temos aqui milhares de doutores, o maior índice proporcional do Brasil. Esse contexto ajuda a fazer com que a nossa produtividade seja igual a dos países mais desenvolvidos do mundo”, ressaltou.
“Queremos vender e comprar, queremos investimentos para o Estado. Bangladesh pode contar com as nossas instituições. Precisamos expandir os nossos negócios. O Governo do Paraná se colocou à disposição para ampliar os interesses”, arrematou Piana.
AGRICULTURA – O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, comentou sobre a importância da produção alimentar a nível mundial, muito por conta das cooperativas agrícolas do Estado e de um status sanitário com reconhecimento global. Ele destacou ainda a grande produção de tilápia, que, segundo ele, cresce cerca de 20% ao ano no Estado.
“Temos a melhor cadeia de alimentos do mundo, feita por pequenos e grandes, com qualidade e de forma sustentável. Temos uma participação relevante na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas e a possibilidade de produzir dezenas de espécies, com uma presença forte em cerca de 40 cadeias no mundo. Para nós é motivo de orgulho, fonte de emprego e renda para a população”, disse. Com qualidade sanitária reconhecida, carne paranaense está competitiva, afirma secretário
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Piana e a embaixadora também falaram sobre projetos de desenvolvimento, o Banco da Mulher Paranaense a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS compõem a Agenda 2030 – uma agenda de desenvolvimento proposta pela ONU em 2015 para guiar boas práticas dos países para os próximos 15 anos. Ela integra 17 objetivos, entre eles a erradicação da pobreza, igualdade de gênero, energia renovável, educação de qualidade e crescimento econômico.