O jurista José Ramos-Horta foi eleito presidente do Timor Leste nesta quarta-feira (20). Ele obteve 62% dos votos na disputa do segundo turno, superando os 38% recebidos pelo seu adversário e atual presidente Francisco Guterres, conhecido como Lu Olo. Horta assume a pela segunda vez ocupando a presidência do Timor Leste. A primeira foi de 2007 a 2012. O novo presidente também foi primeiro-ministro do país de 2006 a 2007.
Ramos-Horta recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1996 por ter exercido um papel de liderança no processo de independência do seu país em relação à Indonésia, cuja ocupação durou de 1976 a 1999. O Timor Leste havia sido, anteriormente, uma colônia de Portugal. Ramos-Horta, inclusive, é filho de uma timorense com um português, que havia sido deportado pela ditadura salazarista.
O presidente eleito estava afastado da vida política desde o término de seu primeiro mandato em 2012. No entanto, Ramos-Horta Porém decidiu voltar devido às turbulências enfrentadas pela democracia timorense devido a ações de Lu Olo. O ex-líder do país se recusou a empossar seis ministros depois das últimas eleições parlamentares, realizadas em 2018.
Ramos-Horta, durante a campanha, prometeu se fosse eleito, iria convocar eleições gerais antecipadas na tentativa de devolver legitimidade ao Legislativo do Timor Leste e amenizar os impasses políticos. O combate à miséria é outro obstáculo na presidência do país. Segindo dados do governo, cerca de 40% da população do país, estimada em 1,3 milhões de pessoas, está abaixo da linha da pobreza. A economia timorense é dependente de reservas de petróleo e gás.
A posse de Ramos-Horta como presidente será em 20 de maio, quando o Timor Leste comemora o 20º aniversário de independência, em 2002, com a eleição de Xanana Gusmão, o primeiro presidente eleito democraticamente.