“Para nós é muito importante essa parceria bilateral porque o Brasil é muito importante na América Latina e o Paquistão na Ásia Central, Médio Oriente. Em 2014 foram realizadas 27 reuniões de aproximação”, disse deputado Riaz Fatyana, membro da Assembleia Nacional do Paquistão. Ele e outros cinco parlamentares passaram cinco dias no Brasil com o objetivo de ampliar as relações com o Brasil nas áreas econômica, política, comercial, de defesa, de educação e turismo. Em 27anos essa é a primeira missão parlamentar ao Brasil. “ Investimos na amizade bilateral”, disse o parlamentar.
No setor de defesa, segundo Riaz Fatyana, o Paquistão tem uma ótima escola militar administrada por britânicos. “Vamos oferecer treinamento para os oficiais brasileiros”, anunciou. O Paquistão também investiu na compra de dez aviões da Argentina, brindados, mísseis, armas pequenas, pistolas, facas.
O desejo do governo do Paquistão é expandir o comercio bilateral. Importamos do Brasil 1,3 bilhão do Brasil e exportamos apenas 0,1 bilhão. “Desejamos ampliar a exportação para o Brasil de arroz, frutas, produtos proteicos, ração de gado, aparelhos médicos, produtos da indústria têxtil e materiais de esporte.” Somos os melhores na confecção de bolas de futebol. “As usadas na última copa foram feitas no Paquistão”, afirmou Riaz Fatyana. Segundo ele, o país importa do Brasil cereal, Cana-de-açúcar, máquinas debulhadoras e algumas sementes.
Para falar sobre as relações comerciais na área agrícola, os parlamentais se reuniram com a deputada Aline Sleutjes (PFL/PR), membro da Comissão de Agricultura da Câmara Federal. Com ela a comissão paquistanesa também debateu a questão das mulheres na política para ter como exemplo no parlamento paquistanês. Participou ainda do encontro, o deputado federal Evair de Melo (PP/ES), também membro da Comissão de Agricultura e vice-líder do governo.
Na área da educação, queremos oferecer bolsas de estudos, fazer intercâmbio de estudantes, realizar cursos técnicos na área de informação e software. Enfim, fazer o intercâmbio de conhecimento. Já na área de turismo, temos lugares muito bonitos, atrativas, montanhas, lagos. “Temos a montanha mais alta do mundo depois do Everest”, afirma Riaz Fatyana.
No Itamaraty a missão foi recebida pelo ministro Pedro Murilo Ortega Terras e a embaixadora Márcia Donne, com quem os parlamentares falaram sobre as relações diplomáticas entre o Brasil e o Paquistão. Pedro Murilo é Diretor do Departamento da Rússia e Ásia Central. No dia 26 de março, os deputados se reuniram, durante um almoço, com o Conselheiro de Comércio e investimento, Wagas Alam, o Cônsul Honorário, Muhammad Abdouni Neto e empresários paulistas.
Caxemira – De acordo com Riaz Fatyana, há três anos, a caxemira passou a ter acesso à tecnologia. Lembrou que em 1979 houve morte de crianças brutalmente mortas pelo Taliban ou de fome, mas que a Comissão de Direitos Humanos não reconheceu as atividades, o governo Taliban que ocupou a região Oeste do Paquistão. A ONU necessita discutir as misérias e aceitar o problema das quatro milhões de pessoas que sofrem há 50 anos. A Caxemira é uma região do norte do subcontinente indiano, hoje dividida entre a Índia, o Paquistão e a China.
De acordo com Riaz Fatyana, houve uma visita do Primeiro Ministro da Índia, representantes da ONU em 1978, mas que foram contra a intervenção da indiana no Paquistão. “Os indianos querem que os paquistaneses comprem, de forma forçada, as terras ocupadas por eles desde 2009”, disse o deputado. Segundo Riaz Fatyana, a ONU decidiu colocar tropas armadas naquela região. “Mulheres paquistanesas foram estupradas por militares indianos. Temos sérios problemas com a Comissão de Direitos Humanos que deveria proteger um milhão de pessoas que sofrem com o desrespeito aos seus direitos” afirmou.