Os 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia do Sul foram comemorados nessa terça-feira (03), em Brasília, durante o seminário 60 Anos das Relações Brasil – República da Coreia: Educação, Inovação e nosso Futuro. O evento, realizado no auditório do Instituto Rio Branco, em parceria com a Embaixada da Coreia e a Fundação Alexandre de Gusmão, contou com a presença do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia, Yun Kang Hyeon.
Durante o seminário, os debates focaram nas negociações para um iminente acordo de livre comércio entre os países do Mercosul e a Coreia. Após três rodadas de negociações, realizadas entre 2018 e 2019, a expectativa é de que o acordo seja finalizado em 2020. Ernesto Araújo frisou durante o evento que a “A Coreia do Sul é fonte de inspiração permanente para o Brasil”, e que a percepção do mercado de que o acordo é iminente já está trazendo resultados concretos para o Brasil.
Segundo o chanceler, isso ocorre por meio da sinalização de empresas coreanas de que haverá aumento de investimentos no Brasil. O acordo deverá ampliar o comércio e o investimento mútuo entre os países do bloco e a Coreia, e envolve o comércio de bens, serviços, compras governamentais, propriedade intelectual, comércio eletrônico, investimentos, desenvolvimento sustentável e competição.
Ernesto Araújo relembrou que há 60 anos o Brasil foi o primeiro país latino-americano a fazer parceria com a Coreia que, a seu ver, deve ser um exemplo sobretudo pelo brilhante desempenho em dois quesitos: inovação tecnológica e educação. De acordo com o ministro, depois de um período de estagnação não só econômica, mas também de ideias e de autoconfiança, ” a Coreia deve ser um parceiro fundamental para comércio e investimentos nessa nova reinserção internacional”.
Já o vice-ministro de Assuntos Econômicos da Coreia do Sul, Yun Kang-hyeon lembrou, em sua fala, que o país é líder em tecnologias avançadas como semicondutores e TI (tecnologia da informação), sendo o primeiro a lançar o serviço comercial de 5G no mundo. Em contrapartida, ressaltou que o Brasil é detentor de competitiva vantagem tecnológica na agricultura, na indústria da aviação e na ciência espacial. “acredito que nossos dois países poderão lograr uma cooperação de mútuo benefício”, afirmou.
Acordo Coreia-Mercosul – O embaixador coreano no Brasil, Chan-Woo Kim disse acreditar que o acordo Mercosul-Coreia deverá ser fechado em meados de 2020. Estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontam que a parceria deverá injetar cerca de US$ 12,5 bilhões na balança comercial em exportações para o agronegócio brasileiro. A Coreia é o 13º destino das exportações brasileiras e o quinto principal país de origem das importações.
De janeiro a julho deste ano, o Brasil importou US$ 2,86 bilhões do país asiático. Já as exportações atingiram US$ 1,73 bilhões. Com isso, o comércio bilateral apresenta um déficit de US$ 1,12 bilhão para o Brasil. As exportações brasileiras para a Coreia são compostas principalmente de produtos básicos, como minérios, milho, soja e algodão. Já o Brasil, importa principalmente produtos manufaturados, como máquinas, automóveis, plásticos, veículos para vias férreas, produtos farmacêuticos e instrumentos de precisão.